setembro 07, 2011

A Maternidade não é para mariquinhas

Vou-me repetir. Creio que é a segunda vez que coloco este título aqui na xafarica. Mas, de todas as frases que vi até hoje, esta é a que mais me marcou. Isto porque, meus amigos, de facto, a maternidade não é para mariquinhas.
A maternidade é para pessoas fortes, gladiadores daqueles que derrotam leões e outros animais de grande porte, selvagens e perigosos.
E por mais que queiramos ser gladiadoras (nós mães, cheias de hormonas que saltam por todos os poros) não conseguimos, falhamos, falhamos redondamente em coisas que, para o comum dos mortais, é simples. Mas uma mãe não é uma comum mortal, é um ser que se assemelha a um coração gigante, a bater furiosamente pelos seus filhos, de forma contínua e ininterrupta.
Bom... posso estar a generalizar e haver mães que são o oposto, mas essas não me interessam nada porque não padecem do mesmo mal que eu e portanto, não quero saber.
Aqui escrevo para as minhas companheiras, para as mães que, como eu, choram litros e litros só com a antecipação de que as crias possam não estar bem ou vir a não estar bem.
Esta semana a minha filha mais nova começou a ir para a creche (depois de dois anos em casa com exclusiva atenção de uma babysitter e nossa, claro) para passar a partilhar as atenções com mais 14 meninos e meninas; e a minha filha mais velha, começou a 1ª classe.
É demais!
A mais nova chora quando percebe que a estamos a vestir para a levar à escola, chora quando chega à escola, e quando a vamos buscar fica num misto de riso nervoso e choro emocionado por nos ver! Como quem diz: "Afinal não fui abandonada, vocês voltaram!!!" No 2º dia de escola quando a fomos buscar, assim que nos viu, começou a rir e a chorar ao mesmo tempo, enquanto dizia: "Papá, Mamã, voltaram"!!!
É claro que, mesmo que viva 100 anos, vou recordar este dia e esta frase, como se tivesse acabado de o viver novamente.
A chatice (se é que posso chamá-lo de chatice) é que a pequenita é para lá de esperta e inteligente (aren't they all, nowdays?) e percebe tudo, apanha tudo, é muito expressiva e sabe manifestar os seus sentimentos melhor que ninguém. E depois tem aquele rostinho pequenito, aqueles olhinhos meiguinhos a pedir "coíinho mamã" que derretem qualquer um e, eu juro, que a oiço dizer: "Mamã, deixa-me ficar em casa, não me leves para a creche, onde há barulho e confusão e onde não me ligam nenhuma porque há mais 14 meninos a pedir atenção". Ácido sulfúrico a cair-me em cima...
A mais velha, começa hoje oficialmente a 1ª classe, uma etapa importante e, talvez a mais exigente da vida dela até hoje. Será que vai gostar? Será que vai ser melhor a matemática ou a Língua Portuguesa? E vai aprender facilmente? E a professora vai ser exigente? E se ela continuar a ser muito faladora e se distrair? E se a professora não gostar dela? Ou for injusta com ela? Credo, o que para aqui vai!!!
Mas é isto que me passa pela cabeça, dia após dia, noite após noite (sim, a noite que é supostamente para dormir, ultimamente tem servido para momentos de reflexão como estes).
E assim ando eu, cheia de angustia, cheia de pena de não poder passar eu por estas coisas em vez de elas, sem perceber porque é que não é tudo mais fácil e simples e, acima de tudo, a tentar arranjar uma maneira de "suavizar" estes percalços da vida, se é que se podem chamar assim...
Não trocaria por nada deste mundo a viagem e a experiência de ser mãe, não me parece que conseguisse viver sem passar por esta coisa maravilhosa que é ver nascer e crescer duas criaturas tão maravilhosas como são as minhas duas filhotas, mas sinto que a cada dia que passa se torna mais e mais complicado gerir aqui dentro o amor que sinto e que vai aumentando por estas duas meninas. O amor que vai crescendo é directamente proporcional à preocupação e ao medo de que algo não corra como elas querem e gostariam e isso deixa-me inquieta e ansiosa e nervosa. No processo, vou ganhando uns cabelos brancos, ganhando umas rugas, e também... vá... vou enchendo-as a elas também com a minha ansiedade... o que não é bom, claro.
Mas não sei como é que hei-de fazer para ser diferente e se houver aí alguém que saiba, "speak now, or forever hold his peace"!

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