outubro 21, 2016

Patins deste mundo venham a mim!

Tenho uma coisa a confessar-vos: Eu queria ter sido patinadora artística!
Gostava de ter tido oportunidade de usar usar aqueles vestidinhos metade brilhantes, metade tecido, usar aqueles patins com a lâmina que desliza no gelo, maquilhagem cheia de glitters, o cabelo apanhado, super esticadinho com gel e deslizar no gelo, fazer piruetas, lutz, toe loops, duplo axels, duplo lutz, salchows, triplo flips e ritbergers. Tudo isto com uma leveza e uma facilidade, como se já tivesse nascido de patins calçados.
Como devem imaginar a coisa nunca se deu, eu nunca sequer tive um par de patins. Minto, tive sim senhora! Tive uns patins de metal, com umas rodas de plástico encarnadas, comprados em Ayamonte, depois de infernizar a cabeça dos meus pais até á exaustão porque queria um par de patins! Mas convenhamos, não era aquilo que eu queria! Para já os patins que queria eram os das patinadoras de gelo, aquelas botinhas brancas com salto e a lâmina por baixo e também queria viver na Ucrânia e ter um ringue de gelo à porta de casa para poder ser uma patinadora do gelo!!! Nunca se deu também, claro. E não será difícil perceber porquê.
As lembranças que tenho desses patins são os de tentar andar em cima deles na rua ou em casa e de ficar desgostosa por não ser graciosa como as meninas da patinagem do gelo que eu via na TV, porque aquilo não deslizava, aquilo arrastava-se. Para além disso, irritava-me que as rodas (de um apuradíssimo plástico Ayamontense) ficassem logo todas arranhadas do alcatrão onde eu andava. Resultado: como também não havia naquela época (estamos a falar da era da Pedra Lascada) sítios onde se praticasse patinagem e mesmo que houvesse, os meus pais não iriam pagar para eu ir aprender a andar de patins, eu acabei por desistir e por ter de me contentar apenas em ver TODAS as competições que davam na televisão de patinagem artística. Eu não via programas infantis, ou melhor, se houvesse patinagem e programas infantis à mesma hora, eu, nem sequer pensava duas vezes, via a patinagem, claro.
E assim cresci, até aos dias de hoje e o sonho mantém-se. Eu continuo a sonhar em ser uma patinadora artística ucraniana e a usar aqueles vestidinhos brilhantes e deslizar no gelo a fazer as figuras obrigatórias e os programas livres e as piruetas e os piões e tudo e mais alguma coisa. Sempre sem qualquer dificuldade e com uma leveza de flamingo.

Ora o que é que sucede?
As minhas duas filhas – a genética é tramada – também adoram patins, e também nos chatearam a cabeça até à exaustão para que lhes comprássemos uns patins. Eu, ao ver-me espelhada nas minhas duas criaturinhas, tive o chamado dejá vu e tive que superar o medo de as ver cair e quem sabe partir qualquer coisa acedendo a que elas tivessem cada uma o seu par de patins. Benzi-me. 
Deste ponto a inscrevê-las numa escola de patinagem, foi um pulinho. E agora elas estão numa escola de patinagem e eu vou apenas assistir, ficar na bancada a babar e a sonhar que sou eu quem ali anda a deslizar pelo ringue, qual gazela ucraniana. Vou viver o meu sonho através das minhas filhas. Enfim, não vou viver o sonho original porque cá não há patinagem no gelo e não estamos na União Soviética ou na Ucrânia e portanto as petizes andarão sobre patins de 4 rodas que, pese embora não tenham o glamour dos patins de gelo, também são lindos!! OS PATINS SÃO LINDOS, MEU DEUS!!!!!!
E é isto, agora sou mãe de patinadoras. Na impossibilidade de ser "A" patinadora, tenho de me contentar em ser apenas a mãe, aquela que fica na bancada, aquela que “não calça”, qual jogador de futebol atirado para o banco de suplentes, aquela que já está velha para estas coisas de miúdos, aquela que ainda perguntou á professora se não havia aulas para adultos e levou com a resposta: “Credo!! Não queremos andar aqui a contar ossos”!

No fundo é isso...

Os patins são lindos, pá...



outubro 10, 2016

Eu gosto é de festas!!

Desde que me lembro de ser gente que gosto de festas e de aniversários e de casamentos e de baptizados e… enfim, gosto de tudo o que meta uma festa. A festa mais importante da minha vida foi, claro, o meu casamento. Apesar de já ter sido há 14 anos, lembro-me que já nessa altura tive uma preocupação imensa em que tudo estivesse bonito e com muitos toques pessoais e originais. Claro que nessa altura os recursos eram escassos e também havia pouca informação sobre a organização de eventos/festas. O que havia era caro e parecia fora do alcance do comum mortal. Tínhamos que confiar nos organizadores, que normalmente pertenciam à quinta onde era realizado o copo de água e pouco ou nada podíamos intervir. Ainda assim, no que diz respeito aos convites e aos marcadores de mesa e à própria quinta, eu diria que ficaram bem catitas e com alguma imaginação, fruto do nosso gosto pela coisa.
Quando nasceram as meninas as suas festinhas de aniversário eram (e continuam a ser)  sempre grandes eventos para mim. Comecei por fazer festinhas em casa, sem grandes aparatos, até porque elas quando eram muito pequenitas nem iriam desfrutar de muita “sofisticação” , mas à medida que foram crescendo, também foi crescendo o meu gosto por organizar festinhas mais elaboradas e com alguma originalidade.
Ajuda sempre quando temos filhotes que têm os seus ídolos desde muito cedo. No caso da Luisinha, ela sempre foi uma miúda que devorava filmes da Disney e tudo o que gostava, gostava a valer, portanto era muito fácil arranjar um tema. No caso da Sofia, eu diria que sempre foi mais “selecta” mas ainda assim com gostos que se destacavam, o que facilitou a escolha do tema das festas.
Já tive também a felicidade de receber alguns convites para fazer a decoração de festinhas de filhotes de amigas mas o bom, bom, para mim é mesmo fazer as festas das minhas pequenas, não há nada que me deixe mais feliz/ansiosa (em igual proporção) do que preparar tudo – normalmente com muuuuuuiita antecedência – e ver a satisfação delas ao mostrar as suas festinhas aos amigos.
Eu, como não me lembro de ter tido UMA festa de anos quando era miúda, vibro com isto e acho mesmo que era isto que eu gostaria de fazer sempre, de preferência com a animação da petizada também a meu cargo, mas pensando bem, era capaz de me dar uma gipose logo na primeira festa que organizasse nestes moldes, porque no final destas festas, a sensação com que fico é a de que apanhei um valente tareão.

Os aniversários das minhas miúdas calham ambos quando já há sol e calor o que é maravilhoso! Dá sempre para fazer festas ao ar livre, e mesmo que também haja actividades indoor, o lanchinho é sempre cá fora. Não me lembro de um dia menos bom, com chuva ou tempo mais fresco, ou sequer muito, muito calor. Parece que nestes dias, a meteorologia ajuda sempre. 
Os temas das festas este ano foram:

-  Arte&Pintura para a Sofia, porque a nossa pequenita adora pintar e gosta genuinamente de tudo o que seja pintura, desenho, etc. aliás, utilizei na decoração do seu aniversário três telas que ela própria pintou e que fizeram sucesso.

- Star Wars para a nossa Luisinha que, pese embora tenha tido a sua festinha já tardiamente, e também com um pouco menos de detalhe do que a festa da mana, não deixou de ter a sua festa para receber os seus amigos de escola como ela tanto queria.

Ambas correram muito, muito bem e com ideias engraçadas que fizeram (acho eu) sucesso junto de miúdos e graúdos.


Ficam aqui algumas fotos. Para o ano, se Deus quiser, cá estaremos de novo para organizar festas ainda mais bonitas, assim o tempo, a minha energia e a carteira o permitam!   :-)

SOFIA













LUÍSA
















agosto 23, 2016

E as férias já foram de férias. Até para o ano!

E pronto, já passou aquele período que andamos o ano inteiro a suspirar por. Os 15 dias mágicos que antecipamos durante quase 365 dias e sobre os quais fantasiamos dia e noite, noite e dia.
Todos os anos tenho o mesmo pensamento: será que para o ano ainda vou estar por cá para ir de férias novamente? E, estando por cá, será que estou bem? Depois chegam as férias, chega o querido mês de Julho ou o querido mês de Agosto, e eu cá continuo. Se estou bem, não sei, acho sinceramente que de ano para ano, estando a ficar mais velha, também estou a ficar pior, porque bom, bom era manter os meus 12 aninhos e tudo o que os 12 aninhos têm de bom. No entanto, os anos passam e por mais que me custe, a idade também passa e eu já não tenho vontade de mandar bombas para a piscina, já não consigo passar horas dentro de água, já não faço croquetes humanos e até as minhas famosas corridas de conquilhas este ano ficaram esquecidas. Foi o 1º ano que não fiz uma única corrida de conquilhas e isso preocupa-me, porque eu sou a inventora das corridas de conquilhas!!
Quando é que deixamos de ter vontade de fazer essas coisas? Há algum momento em que muda o turno e se perde aqui alguma coisa? Gostava de perceber o exacto momento em que vamos perdendo ou capacidades ou talentos ou vontade de fazer as coisas e agir logo naquele momento. Hoje, por exemplo, detecto que estou a perder a vontade de ser um croquete humano na praia. Poder agir no momento exacto em que esse talento se começa a esvair era para lá de fixe. Era desatar a correr para a praia mais próxima, correr para o mar e depois enrolar-me na areia até formar um belo croquete pronto a entrar na fritadeira. E fazer isto muitas vezes, até a barrinha "desejo de fazer croquetes humanos" ficar outra vez cheia. Pensando bem, isto até podia ser uma bela analogia para a vida em si. Mal a malta visse que a vida estava a começar a correr mal, fazia, por exemplo, dois flic flacs à rectaguarda a acabar em espargata frontal, seguida de uma rodada e pino só com o dedo mindinho e pumba, a barrinha "vida a correr bem" ficava cheia outra vez. Isso é que era!!!
O problema é que nem todos sabemos fazer flic flacs e rodadas só com uma mão, e pinos só com o dedo mindinho e aqueles que sabem safam-se e aqueles que não sabem,, pois, não se safam. O mesmo se aplica às bombas para a piscina e aos croquetes humanos e às corridas de conquilhas... não há quem largue a correr para uma praia, deixando o pc deslocado, e se vá esfregar toda num areal, isso não faz parte do que nos ensinaram a fazer e do que estamos programados para fazer. Mas olhem, sabem uma coisa? Eu penso nisso TODAS as horas que passo sentada à frente do pc e tenho uma pena desgraçada de ter perdido a vontade e a coragem de o fazer. Por esta razão é que aquele período que andamos o ano inteiro a suspirar por, os 15 dias mágicos que antecipamos durante quase 365 dias e sobre os quais fantasiamos dia e noite, noite e dia, quando chegam, dão-nos momentos de prazer, sim, mas também nos mostram que já não somos capazes de nos enterrar na areia até à cabeça porque enchemos o fato de banho de areia que depois não sai, já não passamos o dia inteiro na água até ficarmos todos encarquilhados, já não achamos a água óptima quando está a 10º, e às vezes até já vamos de sandálias de borracha para a água para não sermos picados pelo peixe aranha.
Quando era miúda, fiz muitas vezes campismo selvagem. Cheguei a ter as orelhas descoladas da cabeça porque o bicho do restolho foi mordendo as orelhas na parte em que estão pegadas à cabeça, até ficar tudo em ferida, dando a impressão que podiam mesmo cair a qualquer momento. Andei na praia com queimaduras do sol nos ombros que formavam bolhas gigantes e que me doíam pra xuxu e eu, com o orelhame ao pendurão e cor de rosa que nem um leitão da bairrada tinha uma única preocupação: queria ir para a praia, passar lá o dia inteiro, apanhar conquilhas, construir fortalezas na areia  quando a maré começava a encher, comer bolas de berlim com creme, mesmo que depois andasse dois dias a vomitar com gastroenterite e basicamente, apodrecer na água.
Há algum exercício que possamos fazer para voltar a encher a barrinha "viver como se fosse o último dia da minha vida"?
Tá a valer uma foto minha com os coiratos todos roídos para quem souber.



julho 05, 2016

Amiguinhos, o que vão ler a seguir, eu juro que não é fruto da ingestão de nenhuma substância alucinogénia ou de erva de má qualidade. É mesmo a minha pessoa e a minha cabeça, aberta, sem filtros, como está agora na moda dizer.
Não é um texto para fazer sentido, é só um desabafo.

Então aqui vai:

Há coisas na minha vida, sobretudo na minha personalidade e na minha cabeça e o que vai lá dentro, que me preocupam e que me ocupam muito, muito tempo a pensar nelas. Uma delas é o porquê de ser uma pessoa tão instável. Instável nos sentimentos, instável nas emoções, instável até na minha instabilidade.
A resposta mais óbvia é a de que sou maluca. Pronto, arrumam-se logo aqui as dúvidas e fecha-se esta gaveta. Mas se calhar não é assim tão simples. Digo eu. Afinal é, digo eu também. Adoro-me. Afinal odeio-me. Vêm o que eu quero dizer??
Desde miúda que sei que sou diferente. E podendo ser diferente de uma maneira saudável, decidi ser diferente de uma maneira que me dá muito trabalho. Justiça seja feita, que por vezes também me diverte muito, porque valorizo muito a minha diferença, que também podemos adjectivar de “loucura”, vá, a minha capacidade de pôr as pessoas a rir, a minha veia de improviso e a criatividade que acho que tenho e que me parece ser proveniente desta loucura. Mas ao mesmo tempo, é uma coisa que dá trabalho. Dá trabalho ter vontade de fazer tudo, mesmo quando estamos a falar de ir à lua, fazer amizade com um par de marcianos, convencê-los a virem comigo analisá-los e ganhar o Prémio Nobel da Fisica, para depois verificar que nem à Amadora sozinha eu consigo ir sem me perder 10 vezes, quanto mais ir à lua. Ou seja, eu passo os meus dias a sonhar em fazer mil e uma coisas, convencida que era capaz de fazê-las todas, com sucesso, e ser feliz para todo o sempre e que não incluem trabalhar em frente a um computador, sentada a uma secretária.
Dá trabalho ser uma pessoa de humores e eternamente insatisfeita. Eu sei que tenho alma de artista o que automaticamente faz de mim uma neurótica. Todos os artistas são neuróticos.  I know that, I embrace that mas é difícil viver assim. Cansa-me…  na realidade estou cansada de viver tão intensamente a  minha vida. Gostava de tirar um mês de férias mas da minha cabeça, um mês inteiro para descansar deste desassossego que sinto desde que me conheço como pessoa. Gostava de não desejar hoje ser uma cientista de renome, que vai mudar o mundo e a ciência e logo a seguir desejar trabalhar numa fábrica de enchidos, só porque sim. Mas ao mesmo tempo queria mesmo muito mudar o mundo. E queria também ser a Kim Kardashian tirar nude selfies que mostraria ao mundo sem qualquer tipo de pudor. Gosto disso! Gosto dessa irreverência, cansa-me muito a carneirada. E esta dicotomia de ser uma cientista mundialmente famosa, uma operária numa fábrica de enchidos e a kim Kardashian é, meus amigos, o dia a dia dentro da minha cabeça.


Hoje vi um longo video de um encontro de humoristas onde falaram de um episódio dos Simpsons (que eu infelizmente não vi) em que o Homer Simpson descobre que tem um lápis da Crayola atravessado no cérebro. Esse facto fazia com que ele tivesse uma personalidade neurótica mas, com a graça que todos nós lhe conhecemos. Ele decidiu retirar esse lápis da cabeça e a partir daí transformou-se num ser sem graça, estupidamente inteligente e, o  mais importante, sem neuroses. Eu sinto-me o Homer, com  a diferença de eu achar que devo ter a caixa inteira de lápis de cera da Crayola cá dentro! Juro que acho! E às vezes, eu gostaria de os tirar mas outras vezes, não! A única coisa que eu quero é importar-me menos com o Mundo! E com o gajo que estaciona no meio da faixa de rodagem, cagando de alto para quem quer circular, e com o vizinho que deixa a porta da conduta do lixo aberta, e com o dono do cão que não apanha a bosta que o animal acabou de fazer no meio do passeio, com os maus chefes que têm talento para tudo, inclusive pintar com os dedos dos pés, menos para serem chefes de alguma coisa, com pessoas parvas e maledicentes, com pais que não amam os filhos, com avós que não amam os netos. Mas se eu deixar de me importar com estas coisas, se me tirarem a caixa de lápis de cera da crayola da cabeça, então eu não andarei cá a fazer nada. Portanto, esta minha loucura e esta minha maneira cansativa de viver a vida, ou muito me engano ou vai acompanhar-me até ao resto dos meus dias.  Porque também é esta maneira cansativa de viver a vida, esta inquietude que me impele a fazer mil e uma coisas. O desespero que sinto perante um sem número de situações, com que me deparo no dia a dia, e com aspectos da minha vida, esta neurose constante que sou eu, faz com que eu procure incessantemente algo que me “aquiete” a alma. E essas coisas podem ser costurar um bikini, um avental, uma almofada, querer fazer uma plantação de framboesas na varanda, fazer uma colecção inteira de bijuteria, escrever 3 ou 4 textos de rajada, correr 10 Km, mesmo que já não corra há semanas seguidas, fazer um curso de cake design, aprender a tocar piano ou guitarra ou violino ou rabecão, eu sei lá, redecorar a sala, mudar de casa para uma quinta com vacas e galinhas e porcos e muitas, muitas flores e uma horta, ou mesmo, lá está, inventar uma vacina que salve a humanidade de todas as maleitas. Eu não posso é não ter um, ou MIL objectivos porque se isso acontecer (e às vezes acontece) eu caio num poço escuro que se chama “o poço dos objectivos perdidos nas montanhas do Gobi”, que eu não sei porque é que se chama assim mas desconfio que me ocorreu chamá-lo assim num dos meus MUITOS sonhos disparatados que tenho à noite, enquanto finjo que durmo.


junho 28, 2016

Acordei a trautear isto


Muda de vida se tu não vives satisfeito
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida, não deves viver contrafeito
Muda de vida se há vida em ti a latejar

Ver-te sorrir eu nunca te vi
E a cantar, eu nunca te ouvi
Será de ti ou pensas que tens... que ser assim

Muda de vida se tu não vives satisfeito
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida, não deves viver contrafeito
Muda de vida se há vida em ti a latejar

Ver-te sorrir eu nunca te vi
E a cantar, eu nunca te ouvi
Será de ti ou pensas que tens... que ser assim

Olha que a vida não, não é nem deve ser
Como um castigo que tu terás que viver

Olha que a vida não, não é nem deve ser
Como um castigo que tu terás que viver

Muda de vida se tu não vives satisfeito
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida, não deves viver contrafeito
Muda de vida se há vida em ti a latejar

Muda de vida se tu não vives satisfeito
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida, não deves viver contrafeito
Muda de vida se há vida em ti a latejar

abril 28, 2016

Dora? És tu Dora???

Vamos lá a saber,  o que é que fizeram à Dora a Exploradora???

Vamos a um Antes e Depois, sff




Que cabelo é esse Dora???
E de vestido decotado??? E o Boots? E que brincos são esses, Dora?

Estou chocada!
Depois da Popota isto foi a verdadeira gota de água.

Nunca mais vejo o Canal Panda!

abril 12, 2016

Amor canino

Agora tenho um cão! Um cão não, uma cadela, se faz favor, vamos ser específicos senão ainda me entram as Marias Capazes pela casa adentro, todas nuas a queimar soutiens a acusar-me de discriminação e nós não queremos isso, pois não? Não.

Bom, estava eu a dizer que agora tenho uma cadela. A bicha aterrou aqui em casa faz agora 8 meses, mais coisa menos coisa e é a 1ª vez que vos falo dela aqui na tasca. Isto porque, tenho andado muito ocupada a apanhar o pêlo que ela deixa pela casa, nas minhas roupas e... basicamente por todo o lado onde passa. Também tenho andado muito atarefada a guardar tudo o que são meias, soquetes, collants, mini meias, e toda a restante família do peúgame. Ao que parece a bicha tem paixão por esta peça de vestuário e por mais que se lhe diga que NÃO (neste mesmo tom), ela não desiste de apanhar tudo o que se assemelhe a uma meia.
Temos andado também muito empenhados em levá-la à rua 457823345 vezes por dia, para que não se alivie em casa. A parte boa - já não come cocó. Sim, ela gosta de comer cocó e se bem que já não o faz com o seu próprio cocó, volta e meia, nos passeios onde supostamente ela vai para deixar lá o cocó, ela entende que se deixa, tem que compensar, e então come uns cocós alheios quando estamos distraídos.
É também uma bicha que nasceu para comer. Se a alimentássemos sempre que ela demonstra que está com fome, em vez de uma canídea tínhamos já a viver connosco um paquiderme.
É uma criatura que pouco ou nada dorme. Faz-me lembrar quando tive as minhas filhas e que as punha a dormir durante a tarde, na esperança que elas dormissem alguma coisa... para depois perceber que elas dormiam meia hora (já com muita sorte) para acordarem cheias de pica e a quererem sempre alguma coisa.No caso das filhas era mama ou biberon, mas, pronto, eram coisas que se faziam em casa, no caso desta é ir à rua, ou, se a deixarmos, comer meias, subir para cima da mesa da cozinha ou pedir que brinquemos com ela a um jogo qualquer que implique mandar objectos que ela vai buscar toda contente, como se o mundo se resumisse só aquilo e tentar depois tirar da nossa mão, muitas das vezes mordendo-nos a mão, com a excitação da brincadeira.
A Bali, é assim que se chama a nossa cadela, não - se - cansa - nunca. Se nós a levarmos para correr 10 Km, ela core 10 km e quando chega a casa quer brincar!
E se ainda não estão a chorar baba e ranho de pena nossa, deixem-me contar-vos mais uma: ela acorda to-dos- os- di-as às 07:30 da manha, faça chuva ou fala sol, seja primavera, verão ou inverno. Quer o quê? Comer. E depois ir à rua, claro.
A Bali também não é menina para ser deixada sozinha em momento algum. Se ela ficar sozinha durante 1 segundo, ela comerá qualquer coisa que não é suposto, poderá talvez subir para cima de uma mesa (a raça da bicha parece que é arraçada de canguru) ou, em dias maus, mijar um lago Michigan, na cozinha.
Isto faz com que, sempre que ela está fora da cozinha, tenha que estar sempre  alguém a olhar por ela.
Resumindo, tudo o que é proibido fazer, confiem na Bali que ela faz!
A Bali é uma Beagle.
Só me apetece "estrafegá-la" com beijos!


Por incrível que pareça, fui eu que fiz!!


março 31, 2016

Esta coisa que é a cabeça

Quando era miúda sonhava com o dia em que deixaria de ser miúda e poderia fazer coisas que só os adultos podem fazer. Depois, passei a sentir-me confortável na idade que ia tendo e hoje desejo com todas as minhas forças voltar a ser miúda. Sempre jurei que esta coisa da idade nunca me ia afectar, porque dentro da minha cabeça vive uma Cristininha que nunca saiu dos 10 anos e que se não existisse o espelho (essa invenção do demo que só serve para nos trazer depressões nervosas) eu iria sempre viver na ideia de que mantinha o mesmo aspecto, a mesma pele, a mesma elasticidade, a mesma juventude dos meus 10 anos. A verdade é que não consigo perceber, nem imagino alguém a olhar para mim e a ver uma “senhora” de 44 anos, tal é a minha juventude interior.
Mas, como dizia o outro, a beleza/juventude interior não interessa nada a não ser que te consigam virar do avesso. Como isso ainda não é possível, nós acabamos por ser aquilo que as outras pessoas (e o espelho) fazem de nós, e que se entranha em nós através da convivência que temos com elas, pelo que vamos ouvindo dos nossos pares, pelas reações que vamos despoletando neles, pelos olhares que vamos interpretando, etc, etc, etc. Tudo isso entra por nós adentro e acorda-nos para a realidade de que… estamos a envelhecer.
Não sei se estou a fazer sentido… quando falo a sério tendo a baralhar as ideias. Para mim, escrever a sério é como se fosse mais um reconhecimento de que já não tenho 10 anos, nem 15, nem sequer 20. Na realidade, escrever (ou falar) a sério custa-me.
O que me custa muito também é o esquecimento, a memória que falha cada vez mais. Vão dizer-me que todos nós hoje em dia, velhos ou novos, padecemos desse mal. Sim, poderá ser verdade, mas isso não atenua aquilo que me custa.
Hoje vi um vídeo tão, mas tão engraçado. Era hora de almoço. Tenho recorrido de todos os recursos que disponho para me tentar lembrar que vídeo era porque queria muito partilhá-lo. Não consigo. Não me consigo lembrar de como era o vídeo, do que tratava e onde o vi… que triste. Que triste constatar que a Cristina de 15 anos que decorava programas inteiros do Herman José e os recitava para os seus colegas de turma se rirem às custas do espectáculo gratuito, agora não se lembra de um vídeo que viu há 3 horas atrás.

Se calhar isto é um fait divers… mas penso que esquecer-me constantemente do código de acesso ao meu Homebanking e esquecer-me sempre de o apontar porque desconfio que me vou esquecer de onde o apontei, é coisa para ser esquisita.

março 30, 2016

Era um brunch, se faz favor

Eu, matarruana, me confesso: não sei o que é um Brunch, ou melhor, não sei para que serve um brunch.
Para os que sabem para que serve este conceito “nouvelle vague” supé na moda e do mais caturro que há, peço humildemente que me expliquem, por favor, porque aqui a Cristininha nunca experimentou, precisamente por não saber como e a que horas é que se deve “brunchar”. Depois posso fazer alguma coisa mal e afinal vai-se a ver e não estou a brunchar e isso é chato.
Não se iludam, caros amigos leitores, vocês estão a ler um blog chamado “Um café e um Bagaço”, ok? No fundo era expectável que este tema surgisse mais cedo ou mais tarde. Mais depressa como numa tasca do que “bruncho” no LUX.
Ora vamos lá desmontar a cena. O brunch é a mistura de quê? “Piqueno” almoço e almoço (Breakfast & Lunch)? E então isso quer dizer que não se toma o pequeno-almoço e não se almoça e faz-se tudo ao mesmo tempo? Então e se me levantar às 7 da manhã (que é o que acontece todos os dias) e me der a fome? Não posso pequeno almoçar porque tenho de ir ao brunch? Oh valha-me Deus, mas se eu não como aí por volta das 7:30, à hora de almoço já me deu a fraqueza e poderei inclusive já ter vontade de falecer ou, em alternativa, comer 5 carcaças com manteiga e fiambre, o que é quase a mesma coisa que falecer.
Então e para quem tem filhos? Como é que explicamos à miudagem que não podem comer, porque hoje há brunch? Vão virar bicho!! A petizada não entende estes conceitos chiques e ainda pensa que os estamos a tentar matar à fome. Eles já alimentados são o que são, fará com fome e sem perceber porquê!! Mais vale dizer adeus à sanidade mental, porque o bicho vai pegá!
Estou mesmo a imaginar o pessoal lá de casa, onde eu me incluo, claro, a chegar esgalgados de fome ao brunch e a trazer a Pirâmide de Gizeh em comida no pratinho do brunch. Afinal de contas o pessoal já vai “atrasado” e quer é comer.
Mas então vocês, os entendidos em brunches, dizem-me que posso tomar o pequeno almoço à vontade e fazer um brunch na mesma. Então aí, meus amigos, lá se vai o conceito todo por água abaixo, porque nesse caso, eu vou mas é almoçar à hora que costumo fazer sempre e nesse caso chama-se lunch e não brunch. 
A diferença então está onde? No tipo de iguarias? Misturam-se bolos e salgados, tipo pastel de nata e croquetes? Há frango assado com batatas fritas? Digam-me, por favor!!!

Estou mesmo macerada com este tema porque eu sou aquela pessoa que gosta de uma experiência, gosta de um conceito. Mas isto do brunch está a desafiar a minha veia “experimentalista” e isso maça-me, oh valha-me Deus.

março 11, 2016

Sete dias na Tailândia, 10 horas no Dubai

Pessoal, isto vai ser longuinho, por isso, quem não estiver para se chatear e não gostar de filmes do Manoel de Oliveira, ide à vossa vidinha que eu não levo a mal.

Faz este fim de semana uma semana que chegámos de uma viagem de sonho.
A última vez que aqui vim, botar faladura, estava a fazer a dieta dos 30 dias sem açúcar e a sofrer que nem uma condenada e agora volto para vos contar como foram estes maravilhosos 7 dias na Tailândia e 10 horitas no Dubai. Isto serve, obviamente, para provar que quem fica 30 dias sem comer açúcar, acaba por ir parar à Tailândia e passar lá uns fabulosos 7 dias de sol, calor, paisagens maravilhosas, boa comida e descanso daquele mesmo de papo para o ar!
Imaginem quem ficar 3 a 6 meses sem comer açúcar… eu diria que estamos a falar de umas Maldivas, um Bora Bora, um Bali, umas Seycheles…
Pronto, mas indo agora ao que interessa: estas mini férias foram absolutamente divinas! Um intervalo no stress, no frio, e em pleno Fevereiro/Março, aqui a vossa Cristininha zarpa para a Tailândia, trocando os 9 graus de Portugal pelos 33 de Thai. Precious, my dears, precious.
A viagem é longa, mas viajámos na melhor companhia em que voei até hoje. A TAP que me perdoe mas a Emirates é, de facto, um espectáculo! O avião, topo de gama, montes de filmes e documentários excelentes para ver durante a viagem, o catering, magnífico, com direito a ementa e tudo – prato de carne, prato de peixe, sobremesa e bebida, um luxo. Ao longo da viagem, uns apetizers para a malta não começar a roer os assentos e quase no final de cada voo, mais uma refeiçãozinha ligeira para desembarcarmos aconchegadinhos. On top of that, um voucher oferecido pela Companhia para comermos no aeroporto durante a escala. Nota 10 para a Emirates ou não fosse a Emirates a companhia que patrocina o meu Benfica Glorioso. SLB! SLB! SLB! SLB! SLB!... peço desculpa…
Bom, na ida, uma pequena escala no Dubai para ver as montras e as Free shops que são de b-a-b-a-r!! Vale imenso a pena. No regresso viríamos a fazer novamente escala no Dubai mas de 10 horas e o plano seria visitar o Burj Khalifa, como aliás acabou por acontecer. Mas vamos com calma, lá chegaremos, na página 347 deste relato.
Chegados à Tailândia, o táxi do hotel já nos esperava. Super confortável, um monovolume, novinho em folha com A/C agradável – nem muito frio nem muito calor – e uma viagem de uma hora até ao hotel Hilton Phuket Arcadia Resort & Spa.
A previsão do tempo, segundo o que eu apurei um mês antes de partir, nas minhas incursões pelos sites de meteorologia, 35 vezes por dia, só para verificar se o tempo mudava muito de uma hora para a outra, era de cloudy with thunderstorms. Ia preocupada, afinal, o meu ideal de divertimento num país de praia não é apanhar com chuva e trovoada todo o santo dia, ou tempo enublado, sem que se veja o sol. Porque é muito bonito o calor e a humidade e tal, mas eu gosto mesmo é de solinho do bom. Sucede que tudo o que tinha visto no Accu Weather e no Weather e nos 1500 sites de meteorologia a que fui, revelou-se uma grande tanga. O tempo esteve SEMPRE excelente. Nem uma pinga de chuva, um sol esplendoroso, por vezes uma ligeira brisa que afastava os mosquitos (zero picadas) e era maravilhosamente agradável, noites épicas, com um céu estrelado e uma temperatura que provava que Deus existe e tem casa na Tailândia. Um cheirinho constante a flores e sempre, sempre, o som de pássaros do paraíso a cantar. Desagradabilíssimo, portanto.
O hotel era realmente 5 estrelas. Os colaboradores todos de uma simpatia que chegava a ser comovente sem nunca sentirmos que se estavam a fazer à gorjeta. A sério, não estavam mesmo. Eram simpáticos de forma natural e, como disse, quase comovente.
A parte que eu mais adoro nos hotéis é o pequeno almoço e o do nosso hotel não desiludiu. Era excelente, sempre tomado à beira de uma das 4 piscinas do hotel, que tinha uma cascata divina e que fazia dos pequenos almoços uma experiência idílica, daquelas para a qual nós nos transportamos sempre que nos pedem para pensarmos que estamos num sítio bonito e calmo.
O quarto era bonito e espaçoso, com duas portas que se abriam em par e que davam para a banheira enorme do WC. Ou seja, aquilo era coisinha para ser bastante sensual.
As piscinas… ai jesus… as piscinas… TODAS M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-A-S. Rodeadas por uma vegetação luxuriante de palmeiras, árvores, flores, arbustos, relva, tudo o que possam imaginar de verde, e flores exóticas. Muito, muito tranquilas, com pouquíssimos hóspedes, porque com 4 piscinas, nunca nenhuma estava cheia, passei lá as horas mais zen da minha vida. O almoço era serviço lá, e depois, era dormir um pouco na espreguiçadeira, à sombra ou do chapéu ou das palmeiras, para depois ir dar mais um mergulhinho à praia, que ficava a 500 metros. Uma vida dura, portanto.
De manhã a rotina era: pequeno almoço com o homem, uma caminhada até à praia, um belo mergulho naquela água que nem chegava a refrescar porque era realmente quente, para além de cristalina, depois, apanhar um pouco de sol e ala que se faz tarde para a piscina. Da parte da tarde, um passeio pelas redondezas, esperar ansiosamente pelas 15 horas para poder ligar às nossas meninocas e matar um pouco as saudades das pulguinhas, idas ao mercado, fazer uma comprinhas, regatear com os feirantes e conseguir bons negócios – aqui o mérito é TODO do meu homem que parece que nasceu para isso.
À noite, jantar num dos restaurantes do Hotel (havia Tailandês, Italiano, ocidental, havia de tudo) e depois o descanso dos guerreiros – sim, porque, sobretudo eu, como devem calcular, estava morta de cansaço J
O meu companheiro de viagem, aka homem, esteve grande parte da estadia em trabalho, sim ele foi lá para trabalhar, só eu é que fui para a palhaçada mesmo, mas a partir de 5º feira, terminadas as reuniões de trabalho, pode finalmente descontrair, relaxar a aproveitar tudo o que de bom aquele paraíso tinha para oferecer.
Certo que no Domingo (nós chegámos sábado à noitinha) e enquanto não abriam as hostilidades profissionais, fomos logo na nossa 1ª excursão – andar de elefante! Foi maravilhoso, acreditem. Para já, são animais fabulosos e estar ao pé deles, é, como devem imaginar, totalmente diferente de os ver na TV ou mesmo no Zoo. São lindos, majestosos e meiguinhos. O nosso chauffer de elefante era um curtido, muito engraçado, completamente despreocupado e (ao contrário do que aconteceu com os outros turistas que também lá estavam) deixou-nos sair da cadeirinha e montar na cabeça do elefante. Uns fora da lei, portanto!! Mas foi tão divertido que, acreditem, quase fiz xixi na calcinha ao ver a cara de pavor do homem que tinha estado a ler o aviso à porta do parque onde estava escrito em letras garrafais que era estritamente proibido sair da cadeira. Nós fizemos melhor: para além de termos saído da cadeira, o bacano que conduzia o elefante, saiu do elefante para nos dar o seu lugar e para nos tirar fotografias, deixando-nos a nós – experts em condução de elefante desde tenra idade – a conduzir aquele bichinho de muitas toneladas. Eu ri muito!! Adorei cada segundo daquilo, adorei, adorei, adorei, ou não fosse eu a mulher das “regras existem para serem quebradas!” Já o Homem… acho que podem ver pela imagem.
Tivemos também a grande e única oportunidade de dar umas bananinhas a um elefante baby que era uma ternura, um doce, um doce, um doce. Não fosse ele propriedade daqueles senhores e vá, um pouco difícil de transportar e eu só queria trazê-lo para casa e fazer como aquela família de ciganos que tinha um burro em casa, na banheira. Um AMOR!
Ainda no capítulo “Vida Animal”, no nosso peúltimo dia de estadia em Thai tivemos a grande, grande felicidade de embarcar numa outra experiência que também nunca esquecerei – tivemos a oportunidade de estar junto de tigres e fazer-lhes festinhas, dar-lhes beijinhos, e interagir um pouco com eles. Acreditem, para uma animal lover como eu, isto é o pináculo da perfeição. Confesso que no primeiro tigre, estava muito emocionada, afinal não é todos os dias que podemos acariciar um animal daqueles, que ainda por cima é lindo de morrer. São macios, lindíssimos e, embora tenhamos que ter tido algumas precauções, claro, porque se tratam de animais selvagens, digo-vos, não sei se por estar muito emocionada ou se por pura e simplesmente nem ter pensado nisso, senti zero medo, já nos elefantes senti o mesmo. Eu acho que é porque tenho tanto, tanto amor por tudo o que seja bicharada e por saber que a bicharada sente quando estão em presença de alguém que lhes quer bem e que gosta genuinamente deles.  É claro que houve alturas em que pensei que poderia acontecer ter chegado à Tailândia com as duas mãozinhas e sair de lá maneta mas, isso pode acontecer a qualquer um, right?
No capítulo “vamos arriscar a vida num speed boat” outra das excursões que fizemos foi às famosas ilhas Phi Phi. Confesso que barcos, especialmente barcos que andam à maluca não é uma coisa que eu, vá… adore. No entanto, o barco era topo de gama, com 3 motorzões que metiam respeito. Foram D-U-A-S  H-O-R-A-S  aos solavancos e a ver a minha vidinha a andar para trás. Caraças, aquilo andava!!!!!
Mas valeu a pensa, só vos digo. Chegámos a um spot onde estavam vários outros barcos parados no meio do Mar Adaman (Maya Beach), com uma água linda de morrer. Ali era para fazer um pouco de snorkeling. Colocámos a máscara, mergulhámos e assim que pusemos a cabeça debaixo de água, um show de cor e movimento. Peixinhos de todas as cores, Nemos, Dorys, peixes papagaio a roer o coral, cardumes de peixinhos de todas as cores. Muito, muito lindo.
Fomos de seguida ver o local onde existem uns ninhos de andorinha lá todos XPTO e que foi bastante apreciado por todos. Eu, para ser honesta, não liguei nenhuma – a minha cena é mais praia e areia e isso.
Depois, visitámos a ilha principal onde há imenso comércio de rua e restaurantes e onde bebemos o melhor sumo de manga das nossas vidas – Ah, a fruta lá é toda absolutamente deliciosa! Foi muito engraçado porque a ilha é super típica e tem praia de um lado e do outro. A língua de areia que separa as duas praias percorre-se em meia hora.
Depois de visitarmos a ilha, era hora de voltar para o barco e fazer a viagem de volta que foi consideravelmente menos atribulada. O mar estava mais calminho e o pessoal vinha todo a dormir, eu incluída. Quem diria?
Com estas saídas todas tivemos também oportunidade de ver muito da cidade fora dos muros do resort. Fiquei muito surpreendida com a prosperidade que se nota. Nota-se uma certa “desorganização” e um pouco de falta de “limpeza” mas não vemos probreza. Os carros que vemos circular na estrada são quase todos novos e bons e IMENSAS motas.
O trânsito é caótico, como em qualquer país asiático que se preze. A noção de capacete é na grande maioria dos casos um conceito desconhecido e andam 3 e 4 pessoas por mota se for preciso. Quando digo 3 e 4 pessoas por mota, incluo crianças – sem capacete também. Numa das nossas saídas cheguei a ver um homem a conduzir uma moto com um bebé de meses ao colo. Uma mão segurava o guiador, a outra segurava o bebé.
Conduzem do lado direito e muitas vezes pensei que o nosso táxi ou autocarro iria embater de frente e de lado e de esquina com as milhentas motas que circulam por aquelas estradas e faleciamos ali todos num banho de sangue.
Outra coisa que se vê e que nos provoca arrepios na espinha são os fios elétricos nas ruas. Tendo em conta que aquela zona foi toda “varrida” em 2004 pelo tsunami e que não estão livres de lhes acontecer o mesmo a qualquer momento, e sabendo nós que água e electricidade são cenas que vá… não vão muito bem uma com a outra, conseguimos perceber o grau de descontracção daquela gente. Eu acho sinceramente que eles são felizes. Assim como assim, não é por pensarmos no pior que ele deixa de acontecer e assim, olha, a malta não pensa e vive feliz, que é coisa que nós, o pessoal chamado “desenvolvido” não faz lá muito bem.
No capítulo “Se vais a Roma tens que ver o Papa” claro que não podia faltar a massagem Tailandesa para fechar a estadia em grade beleza.
O hotel tem um SPA maravilhoso com quinhentas massagens tailandesas à escolha e todas com aspecto de quem nos vai fazer muito bem ao lombo. Chegando ao SPA, à hora marcada para a massagem, a malta é conduzida por entre vários bungalows onde se fazem as massagens com denominações como: Serenity Bungalow; Peace Bungalow, Hapiness Bungalow, por meio de um caminho de lages sobre um riacho, tudo rodeado de orquídeas, estatuas de deuses e vegetação luxuriante. Só ali é logo meia massagem que já levamos. Depois, chegados ao nosso bungalow,  lá nos deitamos nas marquesas e é “entregar pá Deus”. Muito bom, muito relaxante, as massagistas começam por nos lavar os pés, não haja ali um xulé a espreitar, depois conduzem-nos às marquesas e massajam todo o centímetro quadrado do nosso corpinho, perguntam-nos antes de começar se queremos soft, médium or strong. Eu, com os meus 50 kilos mal medidos não sou burra nem nada para pedir strong e fico-me por um medium. O homem, claro, El Macho, pede uma strong. Penso que ficámos os dos bem servidos e massajados em conformidade.
Depois, sentaram-nos num pátio com uma vista lindíssima e serviram-nos um chá de gengibre. Tudo maravilhoso. Experiência 5 estrelas.

O Dubai foi uma experiência tipo espeta e foge mas também não íamos com muita cabeça para grandes festarolas porque aterrámos às 4 e meia da manhã e já vínhamos com 6 horas de voo no bucho.
No entanto tenho algumas considerações a fazer, claro, que eu sou pessoa que tenho sempre uma consideração e toda uma opinião sobre os temas da humanidade.
Daquilo que vi (que foi pouco) o Dubai parece todo novo. Parece que aquilo foi acabado de construir há 10 minutos, O Centro Comercial do Burj Khalifa é enorme e com aquelas lojas de griffe que já tinha visto também na 5th Avenue. Um aquário gigante, estilo o nosso oceanário com milhares de peixes e mantas e tubarões e com a hipótese de entrarmos lá dentro nuns elevadores que eles têm dentro do aquário. Como lá chegámos cedissimo. estava fechado ainda. Mas foi giro só ver.
Depois chegou a hora de subirmos ao topo do Burj Khalifa. O elevador é um show! Quando começa a subir as luzes apagam-se e acontece um show de luzes que impressiona qualquer um.Os ouvidos começam a estalar e chega-se lá cima num abrir e fechar de olhos. Impressiona, sem dúvida.
Depois, uma vez lá em cima a vista é igualmente impressionante. Arranha céus, arranha céus, arranha céus. Muito gosta aquela malta de construir arranha céus.
Era hora de voltar ao aeroporto, no Metro que já nos tinha levado e que parece também que foi inaugurado há coisa de uma hora. Tudo limpíssimo e com aspecto de que estamos nós a "encetar" as cenas, tipo, quando se compra um chocolate e se abre a embalagem para comer.
Embarque para Lisboa e mais uma viagem óptima na Emirates para Lisboa. Chegar a casa e abraçar as filhotas - saudades, muitas.

Portanto, olhem, meus amigos, foi MARAVILHOSO. Props para o homem que volta e meia me leva nestas aventuras e que me proporciona estas escapadelas que fazem bem ao corpo e à alma.
Mas também... a vossa Cristininha merece, que também cá fica muita vez a tomar conta do forte e aguenta e não chora.
Seguem os retratos.