maio 16, 2019

As minhas filhas patinadoras V

Há umas semanas atrás a minha filhota Sofia participou em mais um Torneio de Patinagem. Desta vez, rumámos à Mealhada, não para comer leitão (embora o tenhamos comido também e bem bom que ele era) mas para participar neste Torneio de Patinagem da Mealhada.
Ora bem, tendo em conta que esta já é o 5º relato que faço sobre as minhas filhas patinadoras, não terei grandes novidades para vos dar, sendo que, para mim cada Torneio é em si uma novidade, nunca sabemos como é que elas se vão sair, nunca sabemos, na verdade, nada, por assim dizer.
Este Torneio foi particularmente difícil para mim porque, estando a convalescer de uma cirurgia recente e com um pós operatório muito complicado, tive que me aguentar ali aquelas horas todas que, quem anda nestas lides, sabe o tempo que demora.
Desta vez só participou a Sofia, porque a Luísa, que se lesionou num dos treinos, não teve tempo para preparar este Torneio. No entanto, esperamos vê-la muito em breve, com um novo esquema e uma nova fatiota num próximo evento, porque também ela é muito bonita a patinar.

Bom, a Sofia, como sempre, patinou e encantou. Começou um bocadinho "tosca" no aquecimento, a cair muito nos piões, muito por causa da selecção de rodas que levava e que se veio a provar que não era a mais indicada para aquele piso. Isto, meus amigos, não é competição a nível profissional mas vou-vos dizer, parece!
Como começou menos bem, os nervos começaram logo a apoderar-se da petiz e percebi, cá de cima das bancadas que os nervos começavam naquele crescendo pouco recomendável, porque eu já conheço a bichinha e sei que com aquela coisa de ser sempre perfeita, aquilo para ela eram facadas. Eu, claro, a única coisa que me apetecia era deitar-me nas bancadas em posição fetal e chorar agarrada a um Winnie the Pooh de peluche. Nada de novo, portanto.
Trocaram-se as rodas e a coisa pareceu melhorar um pouco. Continuava a cair, no entanto, porque já estava uma pilha e quando se começa a entrar naquela espiral, já se sabe. Eu, o Pai e a irmã, que quando não vai patinar, vai fazer claque pela mana e, sempre que pode, dar-lhe uma ou outra dica, na bancada, ansiosos por sabê-la ansiosa.
Chega a vez de ela entrar em ringue. Começa bem e cai no 2º pião. Não se deixando afectar - o nível de profissionalismo e entrega desta miúda é algo que me deixa sempre siderada e completamente rendida e orgulhosa - continua o seu esquema de forma brilhante e super artística. Dançou com sentimento na parte mais lenta da música, dançou com genica e graça na parte mais alegre da música. Disse-me depois que olhou para mim durante o esquema e sorriu. Eu não vi, porque estava em estado catatónico e a bater palmas durante o esquema todo, mesmo sabendo que era a única no pavilhão a fazê-lo, mas o que é que querem, as palmas são para mim o reconhecimento máximo do talento e aquilo que eu estava a ver naquele momento era, sem dúvida, a imagem do talento, da entrega, da arte, olhem, de tudo e mais alguma coisa.
Terminou o esquema sincronizada com a música e com uma esparregada, que ela faz como se fosse  "peaners", como diz o outro.
A pontuação foi óptima e conseguiu um terceiro lugar! Apesar da queda, fiquei feliz por os júris terem percebido que esta menina tem MUITO talento e para além do talento, patina e dança com sentimento, com arte e é lindíssima a patinar.
Venha o próximo torneio (NOT!)



















O vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=-1U5o4iiWAY&feature=youtu.be