setembro 30, 2011

Coisas que eu gostava de fazer se tivesse tempo, dinheiro, disponibilidade mental e... vá, um bocadinho mais de sorte.

Viajar! Ooooora aí está uma coisa que eu faria amiúde! Isto claro, se tivesse com quem deixar as crianças. E mesmo que tivesse com quem as deixar, que fosse alguém em quem eu depositasse assim tipo, confiança cega, que era para ir descansadinha e não ir a pensar nelas o tempo todo de lagrimita ao canto do olho, a pensar que elas não estão bem, que sentem a minha falta que ninguém trata delas como eu, etc, etc, etc.
A última vez que as deixei (e nessa altura ainda era só a Luísa, a Sofia vinha a caminho), foi para ir passar o Reveillon a Paris. Era uma viagem relâmpago, ida a 29, volta a 31, coisa pra não fazer grande mossa... mas fez, claro que fez. Fui a chorar, estive por lá a "meio gás" e voltei ansiosa e cheeeeeiiiia de saudades da minha piolha. Não foi AQUELA experiência, que não foi.
Mas isso não faz com que não goste de viajar, e há locais que eu realmente adoraria visitar. Itália está quase no topo das preferências, ou por outra, está mesmo no topo se falarmos apenas na Europa. Adorava visitar Roma, o Vaticano, Florença, Veneza. Queria ver a Capela Sistina, queria ver a Fontana di Trevi, queria ver a galeria dei uffizi, queria encher os olhos e a alma destas coisas todas e voltar de papinho cheio com aquela sensação que só as viagens nos dão - Been there, done that!
Depois, há aquela vertente tão característica da minha pessoa que é gostar de não fazer nada e passar, pelo menos, duas semanas de papo para o ar, num belo resort, no meio das Caraíbas. Quem diz Caraíbas diz outra zona do planeta desde que seja Pacífico ou Índico. Isso é que era!! Eu oferecia o meu dedo mindinho para investigação se me pagassem umas férias destas! Claro, tinha que levar as crias atrás (porque eu gosto que elas também experimentem as coisas boas da vida) e, se fosse possível, já agora, uma senhora de cabelos brancos apanhados atrás da cabeça, com uns óculos ao fundo do nariz, com ar de avózinha meiguinha (tipo Dona Benta do Sítio do Picapau Amarelo) que olhasse pelas minhas pequenitas enquanto eu e o pai jiboiávamos na praia debaixo de uma palmeira a beber um Coco Loco ou uma piña colada bem fresquinhos enquanto olhamos para um mar azul turquesa e aproveitamos o calor dos trópicos. Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!! Porquê Deus??? Porque é que eu não acordo amanhã e já estou de malas feitas e com a avôzinha a vestir-me as filhas para partirmos de viagem? Hã?

setembro 26, 2011

Home Office

Hoje, por razões especiais (visitas regulares para adorar o Deus de Porcelana a cada meia hora), fiquei em casa.
Ora, como sou uma mocinha até bastante esperta, trouxe o pc comigo na sexta-feira, muito embora nem suspeitasse que iria precisar dele. Logo, hoje, e nos intervalos das rezas, sempre posso ir trabalhando.
E isto é o paraíso, caramba! Aliás, eu não percebo porque é que as empresas não põem metade dos seus colaboradores a trabalhar remotamente de casa! Alô??? É preciso ser-se muito inteligente para perceber que vão poupar rios de dinheiro e ganhar em produtividade??
Vejamos, para o colaborador que está em casa, como é que a cena funciona: colaborador tem o seu computadorzito, senta-se na sua secretária, ou mesa da sala, ou mesa da cozinha, ou sanita, o que for. A casa está silenciosa, evita-se o burburinho dos open spaces, as interrupções, a concentração é maior, o trabalho rende mais - [euros para a empresa a cair do céu].
Está na hora de almoçar. Colaborador vai à cozinha, prepara uma bucha e com sorte ainda vem a comer para o computador, enquanto termina um mail. Ao todo o almoço retirou-lhe, sei lá... meia hora de trabalho. se tanto - [a empresa a ganhar]!
Faz um intervalo para um cafézinho. Está sozinho, não tem o pessoal todo na copa a desviá-lo para o "conbibio". Volta para o pc - poupou aqui mais uns 10 minutos - [empresa a facturar]!
Colaborador sente-se bem, está em sua casa, pode, inclusive, nem se vestir. Evita aquele momento stressante de todas as manhãs decidir o que vestir e que o deixa (se a coisa correr mal) indisposto e contrariado por ir trabalhar naqueles andrajos! Colaborador, em casa e de fatinho de treino guerná de veludo com risca verde bandeira, está sempre bem!
Colaborador, mandou vir cenas da Amazon, da Victoria's Secret, de onde for. Está em casa para abrir a porta ao carteiro que vem entregar em mão. O que é que acontece? Colaborador não precisa de ir aos CTT durante a hora de almoço, ficar numa fila interminável, alongar a sua hora de almoço e roubar horas à empresa querida! [Empresa em delírio a nadar em dinheiro].
E vantagens para a empresa (para além de todas as que já enumerei acima)? TANTAS!!! Colaborador não gasta energia de empresa, não gasta água, não gasta papel higiénico (e acreditem, no estado em que me encontro hoje, ia fazer rombo), não tira cafés grátis da máquina, não anda pra cima e para baixo nos elevadores a laurear toda uma pevide, e trabalha muito mais do que se estivesse na querida empresa.
É preciso dizer mais ou ficamos já aqui só com estes argumentos?

O vírus que "correu" a família toda

Começou na mais velha com dores de garganta, na mais nova deu-lhe para se alojar no estômago e intestinos, no pai também nos intestinos e na mãe, idem, idem, aspas, aspas!
Eu, depois de 20 anos (!!!) sem vomitar e quando pensava que já tinha perdido essa "funcionalidade", este Domingo voltei às lides. Depois de passar por duas gravidezes, muitas indisposições, e tudo e tudo e tudo, e sempre passando pelos intervalos da chuva sem nunca deitar tudo cá para fora, ontem foi o dia em que todo um mito caíu por terra.
Hoje estou em casa, de molho, depois de um dia complicado, e a minha mais nova também. Já lá vão duas semanas sem ir à escolinha. O potty training vai sair prejudicado mas quero lá saber, quero é que a miúda esteja bem e o resto é conversa.

setembro 21, 2011

NINE Years

E pronto, assim se passaram nove anos desde aquele dia de chuva em Setembro de 2002... eu era uma miúda muito diferente do que sou hoje, o homem já era o que é hoje - consistência acima de tudo!
Neste tempo, nasceram duas meninas lindas, mudou-se de casa, mudou-se de carros, compraram-se mobílias, venderam-se mobílias, "entraram" pessoas na nossa vida, saíram pessoas do nosso coração... seasons may come, seasons may go e nós continuamos aqui a fazer planos para quando já formos muito velhinhos e continuarmos a viver (de forma diferente, é certo) para as nossas duas "rebentas".
E é assim que temos levado estes 9 anos. Não somos o epíteto do "casal perfeito", que não somos, temos muitas coisinhas que nos colocariam, se houvesse um ranking, ali na franja dos "mais ou menos felizes, mas com tudo o que é importante no lugar", mas... não me venham cá com cenas porque aqueles casais que estão nas categorias "Muito, Muito, MUITO Felizes"; "Felizes comó caraças" ou "Bué felizes, sem  nada a apontar", das duas uma, ou não existem, ou se existem são feios.
A palavra "casal" transporta sempre consigo, (para além do amor, é claro) a palavra "merdas". Ou porque ele tem umas merdas que a irritam à brava, ou porque ela tem um feitio de merda, ou porque há merdas na vida que só visto, ou porque sobra sempre muito mês na merda do ordenado. Merdas portanto!
Por aqui, somos mesmo "mais ou menos felizes, mas com tudo o que é importante no lugar" - ou seja: temos as nossas... lá está... merdas, mas temos duas filhas magníficas e lindas que amamos até à inconsciência e temos tudo aquilo que construímos juntos ao longo de 6 anos de namoro e 9 de casamento, mais aquilo que todos os dias construímos e planeamos construir.
Não desistimos facilmente daquilo que para nós é importante e somos genuinamente preocupados com aquilo que fazemos e o impacto que isso terá na nossa família e na vida dos outros.
Mais importante que isso, gostamos um do outro, embora, aqui a vossa amiga não seja de grandes demonstrações de afecto, o homem sabe que isso não é questionável. Mas prontossss, nem todos podemos ser doces como o Abade Priscos e melosos como o mel, há que haver pessoal que lidere tropas e exércitos e para isso, contem comigo!

O presente (que por acaso fui eu que escolhi) mas prontossssss...

Modéstia à parte, sou uma 'pariga com bom gosto!

setembro 20, 2011

setembro 18, 2011

O que vinha mesmo, mesmo a calhar...

...era o tal relogiozito da Tommy Hilfiger que ando a namorar "ózanos", dois pares de sapatos para o inverno (uns pretos e uns castanhos e já ficava aviada), uma secretária nova para o escritório, mil e uma molduras daquelas que fazem combinações na parede, com fotos das minhas piriquitas (e tenho fotos lindas que bem merecem estar em exposição), uma sessão de jet bronze para prolongar este ar saudável que só a praia nos dá, levantar a peidola do sofá e começar as corridinhas ou mesmo fazer um treino da Jilian que tenho ali numa pen... sim, porque eu sou magra mas sou não caminho para mais nova e a força da gravidade é uma cena lixada, e isso, só de pensar, dá-me cabo da juventude!

C-A-N-S-A-D-A!

Digam-me que mal fiz eu a Deus para merecer isto?
As duas miúdas doentes, uma já vem estando doente há uns meses, com diarreias consecutivas e a outra outra hoje largou-se a vomitar sem eu perceber porquê.
A mais velha, para além de me andar a fazer água, com intervalos, desde Julho, agora aparece com um vírus que dá dores de garganta, febre, falta de apetite. A mais pequenita, para além de ter os dois molares a nascer que lhe fizeram duas bolas de gengiva por cima dos dentes que até sangue deitam, hoje, desde manhã que se queixa de dores de barriga, até descambar em vómito, na minha cama, na minha roupa, na roupa dela, no ursinho de estimação, tudo regado a vomitadinho com cheiro a azedo, daqueles bem bom...
E eu, a lutar para não desatar num choro histérico e descontrolado, tento pensar naquele rapazinho que agora escreveu um livro e que não tem braços nem pernas e que, diz, que vive a vida com alegria e optimismo.
Já percebi que, quando nos encontramos naquele estado de cansaço extremo, quando parece que corre tudo mal, quando as filhas choram uma para cada canto e uma quer colo e a outra quer água e a outra doi-lhe a barriga e e outra dói-lhe a garganta e os lençóis têm de ser mudados e o colchão tem de ser lavado e a outra chora porque o Spencer teve de ir a lavar na máquina e ela tem medo que ele se estrague (coitadinha) e pede colo e colo e colo e a roupinha dela está na casa de banho a cheirar a azedo e o quarto todo cheira a azedo e entretanto, quando ela decidiu vomitar eu estava em casa sozinha porque o pai estava nas urgências com a mais velha e a pequenita chorava descontroladamente porque não percebe o que se passa com aquele impulso que lhe deu para vomitar e porque não é agradável e ela é pequenina e custa-lhe... já percebi que não vale a pena arrancar todos os cabelos corporais que ainda me restam.
Cansados? Agora imaginem eu!

setembro 16, 2011

Da Sofia

Sentada no chão da cozinha, a fazer-me companhia enquanto faço o jantar, diz assim:

- "Meus queridos! Hora de dormir!"

Ouve na escola, diz em casa. Positivo.
Já contei à educadora; pelo sim, pelo não, ficam já a saber que a garota reproduz na perfeição o que ouve na escolinha. Só por causa das coisas...

E como diz o povo: "uma desgraça nunca vem só"...

...e por isso mesmo vamos ter a Babá a apresentar o programa dos gordos! Já não bastava termos que levar com a bicha nos Globos de Ouro, no Portugal tem talento, e no diabo que a carregue, ainda vamos ter que levar com mais este programa?
Epá, eu só gostava de saber, quem é que morreu e deixou escrito algures que a Bárbara Guimarães tem jeito para apresentar programas. Ela nem para fazer pinturas rupestres deve ser grande espingarda, quanto mais a apresentar programas!!!

Oh senhores, metam-me mas é a mim a apresentar que, além de fazer a coisa por menos, não provoco danos irreparáveis no sistema nervoso central das pessoas que estão em casa a assistir, valha-me Deus!
Xiça!

Quem não achar que a Bárbara está ridícula com este chapéu muito jeitoso, que ponha o dedo no ar, por favor.

setembro 15, 2011

E assim foi

Lá fomos nós as duas - eu e filhota mais velha - ao Estádio do Glorioso, para assistir a um grande jogo. Não é todos os dias que temos na Luz o Man United e não é todos os dias que o nosso clube está na Liga Milionária.
Acima de tudo, não é todos os dias que se tem a hipótese de levar a filha, pela 1ª vez, ao estádio da Luz ver o Glorioso!
Lembro-me como se fosse hoje, do dia em que pisei pela 1ª vez o Estádio da Luz (não este, o anterior, a Catedral). Foi para ver um Benfica-Portimonense, em que o Benfica ganhou aí por uns 15 a zero!
Eram tempos áureos, era o Benfica do Maniche, do Stromberg, do Veloso, do Chalana, do Nené! E o que eu gostei de lá ir. Assistir a um jogo num camarote - não é para todos!!
Depois, seguiram-se anos de adoração, de idas aos treinos a pé desde a estação de Benfica até ao estádio, de fotografias com os jogadores, de recortes de jornais, de sofrimento, de devoção, que continua até ao dia de hoje.
Ontem, levei a minha pipoca mais velha e acho que ela gostou. Acho que não ficou tão deslumbrada quanto eu fiquei quando entrei pela 1ª vez no estádio, mas ela também é mais novinha do que eu era quando fui - a miúda ainda tem outras prioridades, é compreensível.
Mas ontem, mais uma vez, testei a minha devoção ao meu Benfica. Se vos disser que demorei quase 3 horas desde que saí de casa até que alapei o meu real traseiro na cadeirinha do estádio, que perdi toda a 1ª parte do jogo (e por conseguinte, os golos todos da partida), que estive, inclusive, com o carro desligado (tal era a bicha onde estava), que alanquei com a minha filha às cavalitas, desde o estádio até ao Colombo, porque a miúda estava cansada e lhe doía a barriga quando andava (note-se que ela pesa 27 kilos e que, para além dela eu ainda levava dois casacos, dois cachecóis e uma mala que pesava p'ráí 200 kg) e que demorei outra hora para sair do estacionamento do Colombo, apesar de ter saído 5 minutos antes do jogo terminar para evitar o entupimento normal nestes dias... e ainda conseguir sentir-me feliz por ir apoiar o meu clube e ter assistido (mesmo só tendo assistido á 2ª parte e incompleta) ao jogo de apuramento para a Liga dos Campeões, diz muito do meu amor ao clube da águia.
Bolas! Se isto não é "vestir a camisola" então não sei o que é!

setembro 14, 2011

Ai Meu Deus! Ai Meu Deus! Ai Meus Deus!!!!!

Eu vou ver o Benfica - Manchester!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
No ESTÁDIO DA LUZ!!!!!!!!!!!!!!!!
COM A MINHA FILHOTA MAIS VELHA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH

É hoje pessoal, é hoje!

Que o Benfica joga com o Manchester, na Luz, para a Liga dos Campeões!!!
Força Benfica, Força Equipa! Vamos mostrar a essa lagartagem e a essa gentalha de azul cueca que somos os maiores hoje e SEMPRE!

setembro 09, 2011

Hoje amanheceu xoxo...

... o dia, eu, enfim, amanhecemos xoxos...
Acho que estou a precisar de ir ver o meu Benfica ao Estádio da Luz.
Era só.

setembro 08, 2011

E os sapatinhos...

... que vi hoje e que até cheguei a experimentar na Hera do Colombo? Ui, ui! Assentavam que nem uma luvinha. E TÃÃÃÃÃÃÃÃÃO GIROS!!! AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!! Odeio ter que contar tostões. EU, que nasci para DIVA!

ROUPA... Ainda...

... é que, por causa destes blogs parvos, hoje já me fui desgraçar na Mango com um casaco! RAIOS PARTA!

ROUPA! OH ROUPA!

Há quem tenha problemas de adicção a drogas, tabaco, álcool, calmantes e afins, eu tenho adicção a roupa, pronto! O que me consola é que não sou nenhuma ave rara porque a julgar pela rapidez com que as roupas esgotam nas lojas, deve haver aí muita menina a padecer do mesmo mal.Ainda por cima, ultimamente, digamos no último ano, ano e meio, tornou-se grande moda e proliferam por aí, os blogs de meninas que a única coisa que fazem na vida é comprar (digo eu, na minha ingenuidade que compram, mas não devem comprar nada, mas enfim) roupa gira, vestir essa roupa gira, fotografarem-se com essa roupa gira e publicarem fotos NOJENTAS em seus blogs igualmente NOJENTOS! Nojento!
Claro que, uma pessoa vê estes blogs e o que é que tem de fazer? Claro! Ir à procura das peças que mais gosta e tentar ficar qualquer coisa parecida com o que está nas fotos! No processo, gasta pipas: Pipas de massa, pipas de tempo à procura das vestimentas, pipas de vinho para quando as cenas não nos ficam bem e temos de afogar as tristezas… não, isso não, tou a brincar!
Não era melhor se estas “piquenas” ficassem quietas e não esfregassem na cara do gajedo que , “Ah e tal, tenho um ganda corpo e a mim tudo me fica bem, por isso é que não faço mais nada na vida do que azucrinar a cabeça das pobres desgraçadas que vêm aqui viitar o meu blog”.
Raça ‘prás gajas, pá, fogo!

setembro 07, 2011

A Maternidade não é para mariquinhas

Vou-me repetir. Creio que é a segunda vez que coloco este título aqui na xafarica. Mas, de todas as frases que vi até hoje, esta é a que mais me marcou. Isto porque, meus amigos, de facto, a maternidade não é para mariquinhas.
A maternidade é para pessoas fortes, gladiadores daqueles que derrotam leões e outros animais de grande porte, selvagens e perigosos.
E por mais que queiramos ser gladiadoras (nós mães, cheias de hormonas que saltam por todos os poros) não conseguimos, falhamos, falhamos redondamente em coisas que, para o comum dos mortais, é simples. Mas uma mãe não é uma comum mortal, é um ser que se assemelha a um coração gigante, a bater furiosamente pelos seus filhos, de forma contínua e ininterrupta.
Bom... posso estar a generalizar e haver mães que são o oposto, mas essas não me interessam nada porque não padecem do mesmo mal que eu e portanto, não quero saber.
Aqui escrevo para as minhas companheiras, para as mães que, como eu, choram litros e litros só com a antecipação de que as crias possam não estar bem ou vir a não estar bem.
Esta semana a minha filha mais nova começou a ir para a creche (depois de dois anos em casa com exclusiva atenção de uma babysitter e nossa, claro) para passar a partilhar as atenções com mais 14 meninos e meninas; e a minha filha mais velha, começou a 1ª classe.
É demais!
A mais nova chora quando percebe que a estamos a vestir para a levar à escola, chora quando chega à escola, e quando a vamos buscar fica num misto de riso nervoso e choro emocionado por nos ver! Como quem diz: "Afinal não fui abandonada, vocês voltaram!!!" No 2º dia de escola quando a fomos buscar, assim que nos viu, começou a rir e a chorar ao mesmo tempo, enquanto dizia: "Papá, Mamã, voltaram"!!!
É claro que, mesmo que viva 100 anos, vou recordar este dia e esta frase, como se tivesse acabado de o viver novamente.
A chatice (se é que posso chamá-lo de chatice) é que a pequenita é para lá de esperta e inteligente (aren't they all, nowdays?) e percebe tudo, apanha tudo, é muito expressiva e sabe manifestar os seus sentimentos melhor que ninguém. E depois tem aquele rostinho pequenito, aqueles olhinhos meiguinhos a pedir "coíinho mamã" que derretem qualquer um e, eu juro, que a oiço dizer: "Mamã, deixa-me ficar em casa, não me leves para a creche, onde há barulho e confusão e onde não me ligam nenhuma porque há mais 14 meninos a pedir atenção". Ácido sulfúrico a cair-me em cima...
A mais velha, começa hoje oficialmente a 1ª classe, uma etapa importante e, talvez a mais exigente da vida dela até hoje. Será que vai gostar? Será que vai ser melhor a matemática ou a Língua Portuguesa? E vai aprender facilmente? E a professora vai ser exigente? E se ela continuar a ser muito faladora e se distrair? E se a professora não gostar dela? Ou for injusta com ela? Credo, o que para aqui vai!!!
Mas é isto que me passa pela cabeça, dia após dia, noite após noite (sim, a noite que é supostamente para dormir, ultimamente tem servido para momentos de reflexão como estes).
E assim ando eu, cheia de angustia, cheia de pena de não poder passar eu por estas coisas em vez de elas, sem perceber porque é que não é tudo mais fácil e simples e, acima de tudo, a tentar arranjar uma maneira de "suavizar" estes percalços da vida, se é que se podem chamar assim...
Não trocaria por nada deste mundo a viagem e a experiência de ser mãe, não me parece que conseguisse viver sem passar por esta coisa maravilhosa que é ver nascer e crescer duas criaturas tão maravilhosas como são as minhas duas filhotas, mas sinto que a cada dia que passa se torna mais e mais complicado gerir aqui dentro o amor que sinto e que vai aumentando por estas duas meninas. O amor que vai crescendo é directamente proporcional à preocupação e ao medo de que algo não corra como elas querem e gostariam e isso deixa-me inquieta e ansiosa e nervosa. No processo, vou ganhando uns cabelos brancos, ganhando umas rugas, e também... vá... vou enchendo-as a elas também com a minha ansiedade... o que não é bom, claro.
Mas não sei como é que hei-de fazer para ser diferente e se houver aí alguém que saiba, "speak now, or forever hold his peace"!