agosto 31, 2011

Eu

Sou temperamental
Sou ansiosa (em doses bíblicas)
Sou mãe galinha
Sou preocupada
Sou pessimista
Sou fatalista
Sou alegre
Sou bem humorada
Sou hipocondríaca
Sou carente
Sou de ideias fixas
Sou de extremos
Sou meio "amalucada"
Sou criançola
Não sou invejosa
Sou criativa
Sou inquieta
Sou "idiota"
Sou muito crítica
Sou mais sensível do que gostaria de ser
Não sou lá muito bonita (nunca fui)
Sou dada às artes
Sou esperta
Sou uma coisa esperta
Sou faladora
Sou capaz de acordar os mortos quando estou para aí virada
Sou dorminhoca
Sou esquisita com a alimentação
Sou freak das arrumações
Sou alérgica à humidade
Sou alérgica à falta de humildade
Sou frontal
Não posso com injustiças
Sou paranóica com "certas e determinadas" cenas
Sou afectuosa (com as minhas filhas)
Sou pouco destemida
Sou supersticiosa
Sou crente
Sou preguiçosa
Sou trabalhadora
Sou menina para pôr uma plateia a chorar a rir
Sou saudosista
Sou medrosa
Sou generosa
Sou capaz de grandes sacrifícios
Sou persistente
Sou uma lutadora
Sou de opiniões fixas
Sou intolerante
Sou difícil de aturar mas aturo muita coisa que não devia

Sou a Cristina. E enquanto por cá andar vão ter que levar comigo assim.




agosto 30, 2011

Filhos (ainda)

E para aqueles que nos olham de lado, ou nos olham com aquele ar " estes totós, devem ter a mania que são os melhores pais do mundo" e gostam muito de nos tentar fazer ver que estamos a fazer mal, porque protegemos demasiado as nossas filhas e porque não as deixamos com ninguém e porque fazemos assim em vez de assado e porque somos fundamentalistas quanto às horas das refeições e por isto e por aquilo e por não sei mais o quê... eu respondo: "Vão dar bitaites pró...."
Quando eu vos pedir que assumam a tarefa hercúlea de educar duas crianças e quando vos chamar às 3 da manhã de uma madrugada qualquer e vos pedir que segurem na testa delas enquanto vomitam, porque eu preciso dormir, quando eu vos pedir para ficarem com elas AS DUAS, fins de semana inteiros, depois de terem passado uma semana de merda, cansados e com olheiras até ao pescoço, enquanto elas pedem para brincar, pedem colo, pedem mimos, pedem o mundo e arredores, aí sim, podem dar bitaites. Até lá, não, tá certinho?
Pronto.

agosto 19, 2011

Filhos

Li hoje neste blog ,que adoro, um post sobre filhos… bom, na realidade são dois posts sobre filhos mas o  último foi mesmo o “golpe de misericórdia”. E digo golpe de misericórdia, não porque não tivesse gostado mas porque, num dos parágrafos me revi completamente. Estava a ler, e a cada palavra que se seguia eu estava ali retratada, em cada vírgula, em cada acento, em cada espaço…
Desde que nasceu a minha 1ª filha que optei, por falta de opções mas também por escolha própria, não a deixar com ninguém (vulgo avós). Quando tinha 4 meses e acabou a minha licença de maternidade (isto foi há 6 anos, não havia cá essas modernices de licença paterna), ela ficou numa creche ao pé de casa enquanto eu vinha trabalhar (curiosamente também no escritório que fica ao pé de casa). Não havia disponibilidade por parte dos meus pais ou sogros para ficar com ela.
A coisa correu mal na creche e decidimos, eu e o meu marido, tirá-la da creche e contratar alguém que ficasse com ela em casa. Não foi um processo fácil. Antes de mais demora-se muito a encontrar “a pessoa”, ou pelo menos alguém em quem possamos confiar a nossa criança, e depois, sobretudo quando falamos de alguém como “moi même”, super stressadinha e intensa com tudo, foi muito complicado vir trabalhar e deixar a cria em casa, mais ainda quando se metiam aquelas coisas de crianças – bronquiolites, conjuntivites, amigdalites, gastroenterites (muitas) e outros bichos acabados em “ites” - pelo meio, tornando a tarefa de vir trabalhar, penosa, isto para usar uma palavra levezinha.
Deste molho de brócolos resultaram duas coisas:  
1º - Devido à falta de apoio que tivemos nos 1ºs tempos por  parte da nossa família (não havia ninguém que nos pudesse ficar com a pequenita em situações de aperto) fomo-nos habituando a ser “auto-suficientes” e a colmatar eventuais situações de aperto, apenas e exclusivamente entre nós os dois
2º - Como as coisas não foram fáceis criámos as nossas rotinas que nos ajudavam a aligeirar os maus momentos (e sobretudo, ajudavam a que as situações de aperto acontecessem menos frequentemente) e que, como acontece com as crianças, essas rotinas traziam-nos segurança e um sentimento de que estávamos a fazer as coisas bem.
Assim sendo, tudo o que fugisse daquilo que nos habituámos a fazer no que diz respeito à educação e cuidados que tínhamos com a Luísa, nos parecia não mal, mas… menos bem,  digamos assim, e preferimos sempre sermos nós a fazer, ao invés de ficarmos angustiados por entregar a pequenita aos cuidados de quem nós não confiávamos a 100%.

Para além disto, e mais importante ainda, nós sempre adorámos estar com a nossa filhota e sempre retirámos daí intenso e verdadeiro prazer. O que, nos dias que correm hoje é algo que escasseia. Mas isso é tema para fazer um post inteiro, pelo que não vamos entrar por aí agora.
Voltando ao inicio deste post, quando leio no blog do “Arrumadinho” este parágrafo:
“…é importante haver alguém por perto que nos possa segurar as pontas por uma manhã, uma tarde, uma noite, um fim-de-semana, para que o casal possa sair das rotinas normais, esquecer as fraldas, ir ao ginásio, ir passear, ao cinema, jantar fora, sair com amigos, no fundo, para que os pais deixem um bocadinho de ser pais durante aquelas horas, ou aqueles dias, e voltem a ser um casal, voltem a fazer coisas normais e que lhes dão verdadeiro prazer.
O problema é que para muitos pais recentes fazer isto é quase um crime. Acham que não têm de sobrecarregar os outros com obrigações que são deles, têm medo que os avós não saibam cuidar deles se acontecer alguma coisa, têm medo que a tia não saiba mudar a fralda ou que lhe dê a sopa muito quente, têm medo que a amiga que até tem dois filhos deixe cair o bebé pelas escadas abaixo, têm medo que o cão dos primos ataque a criança, enfim, tudo serve para que prefiram ficar sempre com a criança, e nunca a deixem com ninguém. O resultado disso está no post anterior.
Acho que ser descontraído em algumas coisas pode fazer de nós melhores pais. A obsessão, seja lá de que forma forma, é sempre prejudicial.
E o caso dos filhos não é excepção.
realizo que, eu estou ali naquele parágrafo (e tu também S) e realizo também que, para o Arrumadinho ter escrito este parágrafo é porque todas estas coisas são verdades para muitos pais e mães, realizo que não estou sozinha ou sequer errada, simplesmente estou dentro desta categoria que, de facto, acha que ninguém trata melhor os seus filhos que os seus pais.
Claro que também gosto de ter tempo para mim, claro que sim, quem não gosta? Sinto é que ainda não cheguei ao ponto que espero chegar um dia e que é gostar de ter tempo para mim e sentir-me bem com isso, ou seja, não sentir a falta das minhas pequenitas.
Quem me estiver a ler (felizmente que são poucos) devem pensar que sou louca de pedra, mas nós também somos aquilo que a vida e as circunstâncias nos tornam, e, verdade seja dita, desde o nascimento da nossa filha mais velha que sempre nos tivemos de "virar" sozinhos. Muitas vezes tivemos situações de aperto, e, mal ou bem, tivemos de nos desenrascar... bom, nada de queixumes, ser pais é isto mesmo, não podemos estar à espera de ter alguém à disposição quando precisamos. Não aconteceu, não vamos agora chorar sobre o leite derramado.
E verdade seja dita, temos duas meninas LINDAS, alegres, cheias de energia positiva, hiper inteligentes e, acima de tudo, felizes, para provar que, talvez, não estejamos tão errados assim.

Hoje

- Dá um beijinho à mamã, fofinha

(Beijo)

- Cheiras bem mamã!

Tem 2 anos...

agosto 12, 2011

A Família é uma cena lixada!
Há um dizer popular que diz: “Ao invés dos amigos, que se escolhem, a família não se escolhe”.
E de facto, nós já nascemos com essa “herança”. Para o bem e para o mal, nascemos filhos, netos, sobrinhos, às vezes irmãos, de alguém que já cá estava antes e que nos recebe no seio de um grupo já existente.
E depois dá-se um de dois fenómenos: either you fit in, or you don’t!
E o fenómeno de nos “encaixarmos” bem com a nossa família (sobretudo pais e irmãos) é algo que não tem absolutamente nada de objectivo. Tudo aqui é subjectivo e dependente daquilo que fazemos e naquilo que nos tornamos ao longo dos anos, muito fruto daquilo que experienciamos durante a nossa infância, adolescência, e finalmente, idade adulta.
Se nos encaixarmos e até formos pessoas pacíficas, que aceitamos tudo pacificamente, não muito preocupadas com o que vamos observando e nos parece injusto, bom ou mau, deixando passar indícios, situações que nos causam sofrimento, injustiças, as coisas tendem a funcionar muito bem e tudo corre lindamente. Se, ao contrário, nascermos com algo no código genético que nos define como pessoas mais sensíveis que o normal, porventura mais observadoras que o normal, ou carentes e sem capacidade de deixar passar impune injustiças, a coisa tende a correr muito mal.
Então, se a família se começa a aperceber que está ali uma pessoa com essas características, e como essas coisas, às vezes chateiam, aquele membro da família que parece assim um bocadinho “diferente” e “paranóico” é tratado de forma diferente e assim o vai ser pelo resto da sua vida.
E então, esse membro da família, começa a ficar com ressentimentos e para esse membro da família, a família será sempre importante mas sempre também fonte de ressentimento.
Existe famílias afectuosas e as menos afectuosas. Há as que não são “consistentes” nos seus afectos, e isso é fodido – um dia adoram, para no dia seguinte, e caso se ponha (segundo a sua perspectiva das coisas) a “pata na poça”, a coisa pode ficar feia e não se coíbem de o mostrar da pior maneira possível.
Gosta-se sempre da família, acho que não se é feliz se eles não forem felizes e se não estiverem bem, desejamos-lhes sempre o melhor do mundo, mas quando as desilusões e as situações más estão a par do que de bom se passou, pode ser chato...
Todos nós temos as nossas vicissitudes, os nossos traços de personalidade, os nossos defeitos, as nossas virtudes, no fundo, aquilo que nos distingue uns dos outros. O segredo está em saber aceitar em nós e nos outros que nem todos somos verdes ou encarnados, que há pessoas que são, “esverdeadas” ou “avermelhadas” e que devemos respeitá-las e amá-las como se de uma pessoa verde ou vermelha se tratasse.
Há quem nasça “diferente”. É importante que, quando isso acontece, nos vejamos desta maneira não de forma estranha mas de forma “assumida”. Não precisamos todos ser pessoas “simples” e certinhas, não precisamos pertencer à carneirada para estar tudo bem. Quando somos diferentes e se isto representa uma maçada para a família, que não está para aturar as merdas destas pessoas, então estamos perante um grande "temos pena" e não nos devemos anular por isso.
Há pessoas que tudo o que se passa à volta delas as afecta em dobro do que afecta uma pessoa normal. Pessoas de extremos, são-no assim uma vida inteira. Observam e tiram daí as suas conclusões e muito dificilmente algo lhes passa ao lado. Não sendo foras de série,  conseguem apanhar inconsistências e falhas de carácter, a milhas de distância e com apenas um levíssimo indício. Indignam-se com injustiças, em todos os quadrantes da vida mas acima de tudo no campo dos afectos. Não suportam pessoas que não amem até à inconsciência os seus filhos e netos, e o simples "apregoamento" disso as deixa nervosas, sobretudo quando as suas atitudes em nada reflectem as suas palavras. 
Há quem odeie palavras e afirmações ocas de sentido e pessoas que sentem necessidade de apregoar sentimentos para “ficar bem na fotografia”, pessoas que não sabem “gostar”, ou que gostam “assim assim”, quando lhes convém e que, acima de tudo, NUNCA se afastam do seu caminho para apoiar ou dar um pouco de atenção a quem elas sabem que gosta da sua atenção, pessoas que não sabem distribuir o seu amor por igual, principalmente pelos filhos e pelos netos.
Enfim, nesta vida há de tudo, vemos o bem, o mal e o mais ou menos... resta-nos continuar a viver e a tentar fazer a diferença. Eu todos os dias tento e tu?

agosto 02, 2011

O Meu Mundinho - A "bloggar" há 5 anos!!!

E faz hoje precisamente 5 anos que inaugurei este espaço, às vezes (muitas) negligenciado, outras nem tanto assim.
Passei aqui só para lembrar a efeméride. Passo por cá mais tarde porque tenho tanta coisinha pra contar!!! ui...