novembro 18, 2013

Quem tem uma mãe tem tudo!

Hoje vinha no caminho a pensar que, quem tem uma mãe tem tudo!

A minha infância, para além de triste (tendo em conta que parti os dois dentes da frente aos 8 anos, numa queda aparatosa de bicicleta, acabando com a minha vida social a partir desse momento) foi profícua em episódios marcantes.

A minha mãe é responsável por grande parte desses episódios. Fosse por me apanhar a mentir ou a fazer outra coisa esperta qualquer e me arrochar umas bem assentes, fosse por me dar conselhos que, não servindo para nada, (pensava eu na altura), me acompanharam até aos dias de hoje, fosse por me dar informações valiosíssimas, como a de que não podíamos nunca deixar o frasco do Tofina destapado porque perdia a força, fazendo com que ainda hoje, quando faço o meu Tofina de manhã, me apresse sempre a voltar a fechá-lo - são coisas que ficam, lá está. 

Uma das verdades absolutas que a minha mãe me passou foi que: acontecesse o que acontecesse eu deveria andar SEMPRE com as cuequinhas lavadas. E porquê? Porque se me acontecesse alguma coisa na rua e fosse parar ao hospital, ao menos estava tudo como deve de ser "lá em baixo".

Para percebermos melhor o alcance desta teoria, imaginemos o seguinte cenário: a empregada da tasca vai no autocarro para Chelas a abarrotar de gente, de repente o autocarro capota, anda ali tudo às cambalhotas e aquilo é uma mortandade que só visto.
Ambulâncias, INEM, carros da polícia, um reboliço épico. Passageiros, condutor, um anão e um burro, transportados para o hospital. A empregada da tasca está em mau estado (o burro e o anão também), chegada ao hospital, médicos rodeiam-na. Nisto e no meio da quase inconsciência ainda consegue ouvir o médico dizer:

- Sra. Enfermeira, a paciente tá aqui tá a falecer, precisamos de administrar o suporte básico de vida. Verifique, por favor, se possui cuequinhas limpas.

- Estão limpas, sôtor, pode-se fazer aqui um pic nic

- Muito bem, vamos então salvar uma vida

(Obrigada Mãe!)

Sem comentários: