maio 19, 2011

Disto das Empresas...

Sim, é bom que saibamos o lugar que o trabalho ocupa na nossa vida - serve para sobrevivermos financeiramente e mantem-nos ocupados.
Mas também nos mantém afastados da nossa família durante grande parte do dia, também nos enche a cabeça de preocupações, também nos tira o sono quando algo não está a correr bem, também nos tira a boa disposição, também nos rouba a juventude de tanto que nos preocupa e também nos cega quando somos ambiciosos demais e queremos sempre ir mais além e sermos mais e mais competentes, mais e mais reconhecidos (a pancadinha nas costas o aumento do ordenado, o aumento do bónus).
E o tempo que isto ocupa nas nossas vidas? Quem é que nos paga esse tempo? Mas nós não o cobramos às empresas.
Então... PORQUÊ? Porque é que pessoas competentes, que já dedicaram quase metade das suas vidas a uma empresa, de um momento para o outro e em nome de "ajustamentos organizacionais" são dispensadas sem sequer lhes ser dada uma segunda oportunidade?
Porquê???

FACTO nº 1: As empresas não são, nem têm vocação para ser a Santa Casa da Misericórdia - check!
FACTO nº 2: Há quem já tenha dado muito do seu sangue suor e lágrimas às empresas e continue na disposição de o fazer, às vezes até com condições inferiores às que tem actualmente - check!
Então...
Porquê??
Não sou uma gestora de topo (aliás, eu diria que nem uma gestora sou, mas pronto), não tenho sequer formação em Gestão, mas conheço histórias de sucesso de empresas que realmente se esforçaram por poupar o seu activo mais precioso: os colaboradores. E com esse esforço, conseguiram vencer situações difíceis, desfavoráveis e, em alguns casos, desesperadas. Pelo caminho, e assim como quem não quer a coisa, trataram com respeito quem merecia ser tratado com respeito.
Claro que nenhum desses exemplos aconteceu em Portugal. Não temos espinha dorsal suficiente para que isso aconteça com uma empresa gerida por portugueses. Até poderia ter acontecido em solo português mas aí a empresa teria que ser gerida por um sueco ou coisa que o valha.
A sério, às vezes (e não são poucas) apetece-me desaparecer daqui, deixar esta gentalha à sua sorte e não contribuir mais para o PIB deste povo tão estúpido.
E só assim como nota de rodapé: ODEIO Jobs for the Boys (or girls), odeio compadrios e "amizadezinhas", odeio o proteccionismo aos "jovens licenciados" que só por serem "jovens" e "licenciados" toda a gente acha que podem vir tirar o lugar aos "velhos" que, já agora também são  "licenciados" e que além disso vêm equipados com coisas de somenos importância - experiência, maturidade, lealdade... essas coisas que não interessam para nada e que além disso até são "peganhentas"..
E também, já agora aproveito aqui o mictório para expressar o meu mais profundo desprezo por esta nova vaga de gestores de topo (sim, alguns senhores e senhoras que se encontram em poleiros) e que assim que lá chegam, vestem uma roupa assim "pró" justo que lhes deve apertar os tomates e que por isso os torna "stiffed", para usar uma palavra simpática inglesa.
Here's a newsflash for you guys: neste mundo há dois tipos de pessoas. os que são e os que "se acham".
Para aqueles que se acham... diz que dá Pé de Atleta.

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