junho 20, 2012

Partilho também convosco...

...mais um dos meus gostos: escultura.
Não, não sou escultora, não ando a martelar em mármore lá em casa às tantas da manhã, (se bem que, às vezes, seria um excelente anti-stress), mas não, não vai acontecer.
Gosto de escultura, assim como gosto de pintura, assim como gosto de História (estórias da história) como vos deixei aqui num post anterior, e gosto sobretudo, daquilo que a pintura, a arquitectura, a escultura e demais manifestações da arte, nos transmitem.
Quando olho para uma obra de arte, com especial enfoque no período Barroco, penso sempre que estão ali mil histórias contadas, por detrás das pinceladas a óleo, ou em cada curva de mármore, ou em cada talha dourada das igrejas. E podem crer que estão! Este período artístico é riquíssimo em beleza e história. Os artistas deste período utilizavam os quadros, esculturas e monumentos, para contar histórias, escondiam significados dentro das obras, e brincavam com o espectador de uma forma que nunca mais foi feita ao longo de toda a história da arte. Não quero dizer com isto que as outras correntes artísticas (renascimento, neo-classicismo, romantismo, impressionismo, etc) não sejam igualmente fascinantes, mas... quem me conhece, sabe que eu sou "aquela" fã do Barroco e por isso, tenho uma opinião altamente "inquinada".
Assim sendo, hoje partilho convosco uma escultura que, para além de ser belíssima, conta-nos como surgiram as estações do Ano. Ora vejam:

O Rapto de Proserpina ou a Lenda da primavera
(Detalhe)

Proserpina, filha de Ceres, deusa do plantio e da colheita, com Zeus , era uma jovem virgem devidamente resguardada por sua mãe superprotetora. Um dia, Plutão, senhor do mundo dos mortos e dos infernos, em uma de suas passagens pela superfície avistou Proserpina, com uma saia justinha, colhendo ramos de trigo sozinha. A paixão foi avassaladora. Agarrando-a pelos claros cabelos e puxando para dentro de sua carruagem negra, Plutão rapta Proserpina para o seu reino nas profundezas. Sem sua filha, Ceres tornou-se estéril, bem como a terra sob sua influência. Foi então que, louca de dor, Ceres provocou uma grande seca e travou o crescimento de frutos e vegetais. A deusa estava determinada a reaver a sua filha.
Zeus ordenou que Mercúrio tentasse convencer Plutão a libertá-la. Surpreendentemente, Plutão disse que poderia levá-la, se assim Proserpina o desejasse. Plutão viu-se obrigado a obedecer mas antes que Proserpina partisse fê-la comer 6 sementes de romã, fruto da fidelidade conjugal segundo as antigas tradições.
Plutão não o fez inocententemente porque ele sabia que quem come os frutos do mundo dos mortos não pode voltar ao mundo dos vivos e Plutão era o Deus do submundo.
Isto significava então que Proserpina teria que viver seis meses do ano com Plutão e os restantes seis meses com sua mãe Ceres.
Esta lenda ilustra sem sombra de dúvida a mudança das estações – quando ceres recebe a sua filha por altura da primavera a terra floresce, mas quando Proserpina é obrigada a voltar para plutão, seu marido, inicia-se o Outono onde tudo amarelece, seguido do inverno onde fica estéril.

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