julho 15, 2009

NINGUÉM DISSE QUE ERA FÁCIL!


No passado dia 03/06/09 nasceu a minha filhota mais nova - Sofia!

Passados 4 anos sobre o nascimento da minha Luisinha, eis que fomos presenteados com mais uma menina - muito linda, por sinal - que nos veio encher de alegria e orgulho.


A experiência da maternidade / paternidade é gratificante. Sei disso porque até ao nascimento da minha primeira filha, sinto que não sabia o que era o verdadeiro e incondicional amor. Esse sentimento só se sente quando trazemos um filho ao mundo e não se experimenta nada igual até esse dia.
No entanto, com o verdadeiro e incondicional amor, vêm outros sentimentos, não tão agradáveis e, de longe, muito mais angustiantes.
Estará ela bem? O que são aqueles sons que ela faz? Estarei eu a ver e a interpretar os sinais que ela me envia? E se me está a escapar alguma coisa importante que que poderá ser digna de relatar à pediatra?
A velha máxima "os bebés deveriam vir com Manual de Instruções" é TÃO verdade!!!
Porque é que os bebés não nascem já a falar e a explicar o que lhes doi, o que sentem?


De toda a experiência da maternidade, estas dúvidas são as que mais me assolam e que mais me tiram o sono. As noites sem dormir? Humpf!! Venham elas! O constante corropio de biberãos e fraldas? Faz parte!
O que realmente me assusta é a saúde das minhas crianças. Estarão elas bem? Hoje em dia vemos e ouvimos tanta coisa na televisão - crianças que parecem saudáveis e alegres e um belo dia, PUMBA, não estão bem!
O meu sentimento actualmente é o de profunda solidão. Porquê? Porque queria ter sempre alguém ao meu lado que percebesse a linguagem dos bebés e me dissesse 300 vezes por dia: elas estão bem, não te preocupes!

Mas que relato tão triste, a roçar o ridículo, não é? Eu sei... mas como é que se ultrapassa isto? Someone out there que me diga que estou a ser paranóica e que me tranquilize, por favor!
Para mais, a fase que precede o parto é tão complicada!! Que raio de transformações é que se dão em nós para ficarmos tão pessimistas e impacientes e intolerantes e... e...
No meu caso, para além de ter que "levar" com as alterações hormonais, tudo me aconteceu! Peito gretado, complicações intestinais, costela fracturada durante a cesariana, infecção da costura... Raios e coriscos, será que eu merecia isto tudo?
Depois, o peito secou... mixed feelings about this... se por um lado, dar de mamar sempre foi um sofrimento (já da Luisinha assim foi), deixar de ter leite para dar à Sofia, encheu-me de um sentimento de incompetência e da grande!
Com todas as coisas que nos dizem e que lemos sobre a amamentação materna, o sentimento de culpa é assim daqueles que dava para alimentar a população mundial durante 3 meses a lagosta e lavagante.
Será que ela vai ter problemas no futuro porque eu não soube estimular o peito para continuar a ter leite para lhe dar? Mas... será que se eu tivesse insistido na amamentação, com o sofrimento todo que isso me causava, não estaria eu a passar-lhe o meu stress e ansiedade?
Não sei... Se nós, pobres mortais, tivessemos o dom de anteceder o futuro, era tudo tão mais fácil... ou não...

Depois há também a minha filhota mais velha - a Luisinha - O que fazer para ela não sentir que a Sofia não veio ocupar o lugar dela? E como fazê-la perceber isso sem, por vezes, perder a paciência?
E como é que encontramos o equilibrio entre sermos brandos demais e permissivos demais e deixar que ela qualquer dia esteja "indomável", e sermos firmes sem a magoar e fazê-la sofrer?

No fds passado foi o inferno. Ela passou os dois dias a fazer disparates e eu passei os dois dias a gritar com ela e a castigá-la... entre momentos de lhe dar muitos miminhos, mas que nunca chegam...
Céus... como me sinto sozinha no universo... e pensar que há 10 meses atrás eu pensava que criar UMA filha era areia a mais para a minha camioneta.
I wonder... como é que os pais de 6, 7, mesmo 3 filhos, fazem? Qual é a fórmula? Estará o mal em mim? Sou eu que não sei gerir as minhas emoções?
Seja como for, aqui fica o desabafo de alguém que se sente no limite das forças... mesmo sabendo (e ainda tenho discernimento para tal) que esta é uma fase e que como todas as fases, há-de passar. Nem que seja para vir mais outra e outra e outra.
Para terminar, faltou dizer que sei que tenho duas filhas absolutamente m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a-s e que as amo mais do que algum dia poderei colocar em palavras ou actos.
Tudo o que escrevi acima, fica minúsculo perante o amor que sinto por estas duas piratinhas.

Todas as minhas forças e desejos vão para que Deus as proteja sempre e que olhe sempre por elas.
E se assim for, então, está tudo bem!

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