julho 03, 2017

As minhas filhas patinadoras III


Volto ao vosso caloroso contacto para vos dar notícias frescas sobre quem? Sobre as minhas filhas patinadoras!
Ora bem, voltámos aos ringues, voltei aos nervos! Desta vez foi a minha pequenita Sofia que participou num Torneio. Vou explicar-vos (para quem não está dentro destas coisas da patinagem artística): existem dois (que eu conheça) tipos de prova:
- As provas em que o objectivo é os patinadores irem passando de nível, à medida que vão avançando na técnica e à medida que vão conseguindo fazer os diversos movimentos. Normalmente “actuam” perante 3 juízes, que no final as passam ou reprovam, mediante a apresentação de cartões vermelhos ou verdes. Normalmente o esquema e a música  são sempre os mesmos, de acordo com o nível, para as meninas que vão representar o seu clube e o fato que levam é o fato oficial do Clube/Associação. A este tipo de prova já fomos duas vezes. A Luisinha está neste momento no nível 4 e a Sofia no nível 2. Não sei quantos níveis há porque a minha cabeça não dá para tudo e eu, como bem sabem, sou doente dos nervos e não quero saber, caso haja para aí 794 níveis e eu tenha que passar por estas coisas muitas vezes e comece a ver a minha vidinha a andar para trás.
- Os Torneios. Nos torneios, as meninas estão divididas por categorias, mediante a sua idade (Bambis, Benjamins, Infantis, Juvenis, etc), escolhem uma música e um fato a condizer e apresentam-se com um esquema, que se pretende interessante e desafiante o suficiente para que consigam sacar uma medalha. A pontuação aqui é dada à profissional, com nota técnica e nota artística. No final, quem tiver as 3 melhores pontuações, ganha uma medalha no seu escalão.
Ora, lá foi a Família toda, um dia INTEIRO para um Pavilhão, com 642 graus lá dentro, assistir ao torneio da pequena Sofia. Nestas coisas, pelo que já foi dado a perceber, há sempre muita, muita miúda a competir. Não são 10 ou 20, são às 50 ou às 100 e nós, que vamos lá, no fundo, para ver a nossa miúda patinar, temos que aguentar e esperar que chegue o seu/nosso momento. É certo que eu AMO ver as miúdas a patinar e os vestidos e os penteados e todo aquele glamour da patinagem, mas… um dia inteiro, é assim um bocado puxadote. De qualquer forma, quero que saibam, que não fosse eu ter uma vida (que tenho) e era menina para me dedicarem exclusivo a esta coisa da patinagem. Só que eliminava uma cena: as provas.
Eliminava a cena dos juízes, das avaliações, das pontuações, da competição. Pra mim, era fazer vestidos e penteados lindos, tudo com muito brilho, muita pluma, muito strass e vê-las deslizar maravilhosas pelos ringues desta vida. Tudo o resto, os nervos, a competição, o choro se algo não corre bem, as desilusões, etc, ficava de fora. Aliás, isso era uma máxima que eu gostava muito de aplicar á vida. Infelizmente, nem nos ringues, nem na vida, as coisas funcionam desta maneira, o que é uma pena.
Olha, já que aqui estão, e estão a ler isto mesmo, faço aqui um “piqueno” aparte: há dias li um artigo que contava a história de um ex-milionário que decidiu de um dia para o outro, ir viver para uma ilha deserta na Austrália. David Glasheen, que era o Chairman de uma grande empresa na Austrália, na chamada Black Monday, em 1987, perdeu cerca de 8 milhões de Libras da sua fortuna e mudou-se para uma ilha deserta, na altura acompanhado da sua namorada. A namorada não aguentou aquilo e pirou-se passado pouco tempo. O homem vive lá há 20 anos! Sozinho, só acompanhado de um cão. Vive numa cabana feita por ele e viaja uma vez por ano para Sidney, para comprar mantimentos. E é feliz! Lá não há torneios, não há campeonatos, não há terrorismo, políticos, incêndios até pode haver mas é só uma questão de fugir para o mar, e não há competição, nem pessoas mal amadas e invejosas. E eu penso: “olha, eu era feliz a viver assim. Vou-me pirar para uma ilha deserta e é já hoje”.
Bom, fechado este aparte, tenho que vos dizer que a miúda se saiu muitíssimo bem, patinou que foi um consolo, elegante, graciosa, e muito concentrada. Claro que a professora não ficou satisfeita, porque a Professora NUNCA fica satisfeita, é uma cena que ela tem e que os seus 71 anos lhe permitem, digamos assim. No entanto, aos nossos olhos, a nossa menina patinou melhor que a Medvedeva e estava LINDA no seu fatinho azul, com flores, fazendo jus ao título da música que dançou “Une Petite Fleur”. Penso que já disse isto aqui mas nem um ano faz que as nossas meninas começaram a patinar. Fará em Setembro um ano desde o dia em que fomos assistir ao 1º treino e elas mal se equilibravam em cima dos patins emprestados pela escola. Evoluíram IMENSO! Gostam daquilo, são esforçadas e elegantes e não estamos a falar de um desporto fácil. Andar em cima de 4 rodas, fazer saltos, piões e cenas, é do caraças!
Eu lá estava na bancada, a sofrer que nem uma condenada mas a rebentar de orgulho daquela miúda. Também estava um pouco orgulhosa de mim porque o fatinho que ela usou saiu destas mãozinhas cansadas. Olha, já que não patino, ao menos que faça alguma coisa!! Daqui a umas semanas vamos de férias, do trabalho, da escola e da patinagem. O cansaço é muito, foi um ano exigente. Elas patinam e nós estamos lá em todos os treinos – todos! Faça chuva ou faça sol, sendo que o ringue é apenas semi coberto, já podem imaginar estes dois maduros, um ano inteiro expostos aos elementos, não podem? 
Bom, regressaremos em Setembro e tenho a certeza que as miúdas virão cheias de saudades e vá… nós também.


Ficam as fotos e o vídeo da nossa “Petite Fleur” 💖
(desta vez também temos fotos, porque havia lá um "profissional da fotografia" a cobrir todo um evento 😀 A coisa tá a ficar para lá de profissional. Medo!)
































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