Volto ao vosso
caloroso contacto para vos dar notícias frescas sobre quem? Sobre as minhas
filhas patinadoras!
Ora bem, voltámos
aos ringues, voltei aos nervos! Desta vez foi a minha pequenita Sofia que participou num Torneio. Vou explicar-vos (para quem não está dentro destas
coisas da patinagem artística): existem dois (que eu conheça) tipos de prova:
- As provas em
que o objectivo é os patinadores irem passando de nível, à medida que vão
avançando na técnica e à medida que vão conseguindo fazer os diversos
movimentos. Normalmente “actuam” perante 3 juízes, que no final as passam ou
reprovam, mediante a apresentação de cartões vermelhos ou verdes. Normalmente o
esquema e a música são sempre os mesmos,
de acordo com o nível, para as meninas que vão representar o seu clube e o fato
que levam é o fato oficial do Clube/Associação. A este tipo de prova já fomos
duas vezes. A Luisinha está neste momento no nível 4 e a Sofia no nível 2. Não
sei quantos níveis há porque a minha cabeça não dá para tudo e eu, como bem
sabem, sou doente dos nervos e não quero saber, caso haja para aí 794 níveis e
eu tenha que passar por estas coisas muitas vezes e comece a ver a minha vidinha a andar para trás.
- Os Torneios. Nos
torneios, as meninas estão divididas por categorias, mediante a sua idade
(Bambis, Benjamins, Infantis, Juvenis, etc), escolhem uma música e um fato a
condizer e apresentam-se com um esquema, que se pretende interessante e
desafiante o suficiente para que consigam sacar uma medalha. A pontuação aqui é
dada à profissional, com nota técnica e nota artística. No final, quem tiver as
3 melhores pontuações, ganha uma medalha no seu escalão.
Ora, lá foi a
Família toda, um dia INTEIRO para um Pavilhão, com 642 graus lá dentro,
assistir ao torneio da pequena Sofia. Nestas coisas, pelo que já foi dado a
perceber, há sempre muita, muita miúda a competir. Não são 10 ou 20, são às 50
ou às 100 e nós, que vamos lá, no fundo, para ver a nossa miúda patinar, temos
que aguentar e esperar que chegue o seu/nosso momento. É certo que eu AMO ver as miúdas a patinar e os
vestidos e os penteados e todo aquele glamour da patinagem, mas… um dia inteiro,
é assim um bocado puxadote. De qualquer forma, quero que saibam, que não fosse
eu ter uma vida (que tenho) e era menina para me dedicarem exclusivo a esta coisa da
patinagem. Só que eliminava uma cena: as provas.
Eliminava a cena
dos juízes, das avaliações, das pontuações, da competição. Pra mim, era fazer
vestidos e penteados lindos, tudo com muito brilho, muita pluma, muito strass e
vê-las deslizar maravilhosas pelos ringues desta vida. Tudo o resto, os nervos,
a competição, o choro se algo não corre bem, as desilusões, etc, ficava de
fora. Aliás, isso era uma máxima que eu gostava muito de aplicar á vida. Infelizmente,
nem nos ringues, nem na vida, as coisas funcionam desta maneira, o que é uma
pena.
Olha, já que aqui
estão, e estão a ler isto mesmo, faço aqui um “piqueno” aparte: há dias li um
artigo que contava a história de um ex-milionário que decidiu de um dia para o
outro, ir viver para uma ilha deserta na Austrália. David Glasheen, que era o
Chairman de uma grande empresa na Austrália, na chamada Black Monday, em 1987, perdeu
cerca de 8 milhões de Libras da sua fortuna e mudou-se para uma ilha deserta,
na altura acompanhado da sua namorada. A namorada não aguentou aquilo e
pirou-se passado pouco tempo. O homem vive lá há 20 anos! Sozinho, só
acompanhado de um cão. Vive numa cabana feita por ele e viaja uma vez por ano
para Sidney, para comprar mantimentos. E é feliz! Lá não há torneios, não há
campeonatos, não há terrorismo, políticos, incêndios até pode haver mas é só uma questão
de fugir para o mar, e não há competição, nem pessoas mal amadas e invejosas. E
eu penso: “olha, eu era feliz a viver assim. Vou-me pirar para uma ilha deserta
e é já hoje”.
Bom, fechado este
aparte, tenho que vos dizer que a miúda se saiu muitíssimo bem, patinou que foi
um consolo, elegante, graciosa, e muito concentrada. Claro que a professora não
ficou satisfeita, porque a Professora NUNCA fica satisfeita, é uma cena que ela
tem e que os seus 71 anos lhe permitem, digamos assim. No entanto, aos nossos olhos, a nossa menina patinou melhor que a Medvedeva e estava LINDA no seu
fatinho azul, com flores, fazendo jus ao título da música que dançou “Une
Petite Fleur”. Penso que já disse isto aqui mas nem um ano faz que as nossas meninas começaram a patinar. Fará em Setembro um ano desde o dia em que fomos
assistir ao 1º treino e elas mal se equilibravam em cima dos patins emprestados
pela escola. Evoluíram IMENSO! Gostam daquilo, são esforçadas e elegantes e não
estamos a falar de um desporto fácil. Andar em cima de 4 rodas, fazer saltos,
piões e cenas, é do caraças!
Eu lá estava na
bancada, a sofrer que nem uma condenada mas a rebentar de orgulho daquela miúda.
Também estava um pouco orgulhosa de mim porque o fatinho que ela usou saiu
destas mãozinhas cansadas. Olha, já que não patino, ao menos que faça alguma
coisa!! Daqui a umas semanas vamos de férias, do trabalho, da escola e da patinagem. O
cansaço é muito, foi um ano exigente. Elas patinam e nós estamos lá em todos os
treinos – todos! Faça chuva ou faça sol, sendo que o ringue é apenas semi coberto, já podem imaginar estes dois maduros, um ano inteiro expostos aos elementos, não podem?
Bom, regressaremos em
Setembro e tenho a certeza que as miúdas virão cheias de saudades e vá… nós
também.
Ficam as fotos e
o vídeo da nossa “Petite Fleur” 💖
(desta vez também temos fotos, porque havia lá um "profissional da fotografia" a cobrir todo um evento 😀 A coisa tá a ficar para lá de profissional. Medo!)
Sem comentários:
Enviar um comentário